JSL faz balanço de 1º ano na bolsa e aposta em diversificação para crescer
13 de maio de 2011 • 21h58Por: Julia Ramos M. Leite
SÃO PAULO – A JSL (JSLG3), antiga Julio Simões Logística, viu seus principais indicadores de desempenho avançarem no primeiro trimestre de 2011. Apesar de um trimestre que não é sazonalmente o mais favorável, o lucro saltou de R$ 2,2 milhões para R$ 25,6 milhões na comparação anual, enquanto a receita líquida subiu quase 31% na mesma base.
Em entrevista à InfoMoney, o diretor Executivo, Administrativo e Financeiro Denys Ferrez faz um balanço n...
JSL faz balanço de 1º ano na bolsa e aposta em diversificação para crescer
13 de maio de 2011 • 21h58Por: Julia Ramos M. Leite
SÃO PAULO – A JSL (JSLG3), antiga Julio Simões Logística, viu seus principais indicadores de desempenho avançarem no primeiro trimestre de 2011. Apesar de um trimestre que não é sazonalmente o mais favorável, o lucro saltou de R$ 2,2 milhões para R$ 25,6 milhões na comparação anual, enquanto a receita líquida subiu quase 31% na mesma base.
Em entrevista à InfoMoney, o diretor Executivo, Administrativo e Financeiro Denys Ferrez faz um balanço não só dos números da empresa no primeiro trimestre, mas também do primeiro ano da JSL como empresa de capital aberto.
“Estamos muito felizes por ter entregue aquilo que os investidores esperavam; é sempre bom ir cumprindo com aquilo promete”, afirmou o executivo. Confira a entrevista:InfoMoney – Os resultados da empresa trouxeram números bastante fortes. O que contribuiu para esse bom trimestre apesar de uma sazonalidade que não é muito boa para vocês?
Denys Ferrez – A diversificação da companhia em vários setores da economia tem dado à empresa a oportunidade de entregar um forte crescimento da receita, que já faz parte da história dela - há mais de uma década entregamos crescimento de 26% no ano. Nesse ano, setores que possuem uma participação menor no total da companhia – como químico, agricultura, bens de consumo, energia elétrica – tiveram um incremento na sua participação relativa como um todo. Todas as outras linhas mantiveram o crescimento, mas essas linhas ganharam mais espaço, saindo de 26% da receita da companhia no 1º trimestre de 2010 para 37,4% agora, o que contribuiu para a evolução da receita bruta.
Quando olhamos o resultado em si e a expansão de margem (a margem Ebitda foi de 17,1%, 3,8 pontos percentuais acima do primeiro trimestre de 2010), isso aconteceu dentro dos negócios que tem maior valor agregado. Temos quatro linhas de negócios: serviços dedicados à cadeia de suprimentos, gestão e terceirização de frota e equipamentos com serviços, o transporte de passageiros e transporte de carga geral. O crescimento principal veio com as duas de maior valor agregado, que são as duas primeiras, então isso sempre contribui para a margem.
O contraponto com relação a estes pontos positivos é que, no primeiro trimestre do ano passado, tivemos alguns eventos positivos não recorrentes na linha de “outros”, e isso teve uma redução no que antes foi um crédito.InfoMoney – Vocês estão apostando no crescimento das linhas que vocês já estão operando nesses setores ou vocês pretendem diversificar ainda mais em 2011?
Ferrez – A gente entende que esses setores, de uma forma geral, ainda têm muita oportunidade de crescimento. No ano passado, fechamos um volume de contratos de R$ 2,5 bilhões – e 65% desse crescimento aconteceu em expansão de atividades dentro de clientes que já tínhamos. A companhia trabalha com muito foco em entender a necessidade do cliente e desenhar e desenvolver alguma coisa que realmente atenda aquela necessidade de uma forma integrada. Esse modo de operar, olhando o potencial dos clientes, é o que nos dá certeza que devemos crescer dentro do que existe.InfoMoney – A receita bruta subiu quase 29% em um trimestre que não é sazonalmente bom. A empresa não pensou em rever o guidance de crescimento de 25% para 2011?
Ferrez – Não, ainda não, a gente permanece com os 25%. Isso obviamente dá um certo conforto, mas preferimos colocar aquilo que realmente acreditamos que temos segurança pra entregar. Se eventualmente tiver um excesso, é uma notícia boa.InfoMoney – Os custos da companhia tiveram um crescimento de 27% - por que isso aconteceu?
Ferrez – O custo está diretamente ligado à prestação dos serviços, então todos os custos são fixos e variáveis ao mesmo tempo. São fixos na medida em que se você tem o serviço contratado e você tem que prestá-lo, você contrata pessoas e dedica equipamentos para aquela prestação de serviços. Em momentos que por ventura você não tenha, você poderia desmobilizar equipamentos e pessoas, então se você cresce é natural que você veja também o custo evoluindo. É uma questão de expansão dos negócios da empresa, é um pouco diferente talvez da indústria, onde há uma determinada capacidade instalada, usada mais ou menos. Obviamente temos algum custo que é fixo, mas não chega a ser relevante, está diretamente ligado a essa prestação de serviços.InfoMoney – Então hoje esse crescimento dos custos não é uma preocupação para vocês?
Ferrez – Não, não é. Tentamos sempre buscar um retorno justo que não seja insuficiente para nem excessivo, mas que seja preservado no longo prazo. Nossa estrutura de contrato visa preservar nossas margens, sem qualquer excesso ou insuficiência.InfoMoney – Na rede de seminovos, a JSL abriu duas lojas no primeiro trimestre. Há alguma meta para o final do ano?
Ferrez – Temos três lojas em análise para desenvolvimento. Faz parte do ciclo operacional da empresa a venda do ativo no final da prestação desse serviço, e você precisa se antecipar ao volume de ativos que você irá fazer esse giro. As lojas são parte desses canais de revenda desses ativos utilizados nas operações logísticas.InfoMoney – E quanto às perspectivas de um crescimento mais lento no Brasil em 2011, com uma taxa Selic mais elevada e a inflação em alta - como isso afeta as projeções para o ano?
Ferrez – Isso é sempre uma preocupação legítima, mas como já trabalhamos em ambientes diversos ao longo dos 55 anos da companhia, entendemos que o que temos a oferecer é muito bom para o cliente. Ele pode voltar suas atenções, ou seja, todo seu esforço de gerenciamento e de recursos humanos, e mesmo o caixa, para aquilo que é o core business dele, e deixar que dentro do nosso foco nós possamos contribuir para essa operação de logística, aumentando a competitividade.
Por mais que a inflação sempre traga as preocupações de uma desaceleração, não vivemos num cenário onde se tem uma inflação inercial, em que o crescimento real não acontece - a população de fato está aumentando o seu poder de compra e isso vai estimular e continuar a estimular a economia. Temos essas oportunidades que estão lá, ou seja, contratos fechados com um prazo mais longo que a média – com cinco ou dez anos. Todas as indústrias que nós estamos inseridos têm perfomado bem, e nós já temos os contratos fechados com serviços certos. Temos a certeza dessa geração de caixa em função do perfil de contratos, a garantia de volume, etc.
Mesmo com o crescimento menor essa possibilidade de você continuar ganhando participação nas atividades das várias companhias que a gente opera ou de outras que queiram por ventura focar no seu negócio buscando mais flexibilidade internacional, a parte logística, a produtividade, enfim, ou inovação. Essa demanda existe, seja em um cenário benigno ou em um cenário mais adverso.InfoMoney – Faz aproximadamente um ano a empresa abriu capital. Qual o balanço desse primeiro ano como uma companhia aberta?
Ferrez – É muito positivo, porque a companhia tem a liderança no segmento operador logístico, como foco mais no modal rodoviário. Há outros que disputam conosco em partes de uma mesma cadeia logística, mas ninguém tem um portfólio tão amplo como nós, isso somente já era um diferencial, mas quando você junta isso ao fato de se tornar uma companhia aberta, com carimbo do Novo Mercado em que você tem uma série de novos interessados que estão te cobrando, te monitorando, não somente na questão de rentabilidade, mas na questão de responsabilidade, de práticas, enfim. Isso deu uma segurança ainda maior para aqueles clientes que já confiavam na empresa, e reforçou muito a imagem que a companhia tinha, e tem contribuído demais com toda a nossa capacidade de continuar promovendo o crescimento. Contribui na medida em que você tem mais transparência, mais comunicação – você diminui incerteza, e diminuindo a incerteza você sempre pode se beneficiar em termo de custos de captação. Então eu acho que tem sido extremamente positivo.InfoMoney – Vocês pensam em fazer uma nova captação no mercado no curto prazo?
Denys – De ações, não. Entendemos que crescer 25% ao ano com o modelo de negócios que nós temos, não há necessidade de nova geração de ações, porque o ciclo desses investimentos acaba gerando um caixa em um prazo muito curto, e eu fico dentro da normalidade com índices de alavancagem. Então, quando a gente faz esse exercício não se apresenta a necessidade de nova emissão de ações.InfoMoney – E quanto a fusões e aquisições? É uma coisa que está no radar da empresa ou o foco é no crescimento orgânico?
Ferrez – O foco é muito orgânico. Uma fusão e aquisição depende de vários fatores, você tem o preço certo, da companhia ter condição de ser negociada, o desejo daquele empresário que pode oscilar - são coisas que a gente não controla. Quando olhamos o histórico da companhia, mesmo tendo feito duas aquisições, esses 26% de média de crescimento que a gente teve nos últimos dois anos, tirando as fusões ainda ficaria acima de 24%. Então, temos focado muito e dito muito a todos os interessados que o nosso foco é o crescimento orgânico.FONTE: http://www.infomoney.com.br/juliosimoeslogistica/noticia/2110163-jsl+faz+balanco+ano+bolsa+aposta+diversificacao+para+crescer
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