Quadrilha acusada de fraudar fisco em R$ 7,6 milhões é presa na região
Da Redação
Cabrália Paulista - Uma quadrilha que vinha fraudando créditos de impostos para indústrias de couro no Interior de São Paulo foi desmontada ontem durante uma operação conjunta realizada pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, Ministério Público, através dos promotores do Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) e as Polícias Civil e Militar. Os promotores identificaram que a maior parte das operações era feita pelo Curtume Leather, sediad...
Quadrilha acusada de fraudar fisco em R$ 7,6 milhões é presa na região
Da Redação
Cabrália Paulista - Uma quadrilha que vinha fraudando créditos de impostos para indústrias de couro no Interior de São Paulo foi desmontada ontem durante uma operação conjunta realizada pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, Ministério Público, através dos promotores do Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) e as Polícias Civil e Militar. Os promotores identificaram que a maior parte das operações era feita pelo Curtume Leather, sediado em Cabrália Paulista.
Ontem, durante a “Operação Escalpo”, foram presos Daniel Curti, Juliano Garcia e Adilson Aparecido de Abreu (este atuaria como “laranja” da quadrilha) em Bauru. Nelson Nucci, que também tinha arma sem registro, foi detido em Cabrália Paulista e Daniel Hernandes Barboza foi preso em Boa Esperança do Sul. Marcelo Sardinha Bico, foi detido em Franca e também tinha em sua posse uma arma de fogo sem registro. Todos tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça de Duartina, que autorizou interceptações telefônicas que comprovaram o esquema de sonegação e fraudes bancárias. A quadrilha foi investigada nos últimos quatro meses, após informações da Secretaria Estadual da Fazenda.
Foram cumpridos 14 mandados de prisão e de busca e apreensão. Segundo a polícia, o esquema de fraude fiscal foi criado a partir da constituição e operação de empresas de fachada do setor de couro na região de Franca.
Sob a coordenação do núcleo de Ribeirão Preto, do Gaeco, através do promotor Flávio Okamoto, outros quatro núcleos participaram da operação: Bauru, Franca, São José do Rio Preto e São Paulo. “A matriz da empresa está em Cabrália. O esquema começou em Ribeirão Preto, eles fecharam lá e vieram para cá”, explica o promotor Rafael Abujamra, do Gaeco de Bauru.
O esquema de sonegação fiscal e fraudes contra instituições bancárias teria sido comprovado através de conversas telefônicas interceptadas com autorização da Justiça de Duartina. A organização criminosa agia basicamente criando empresas em nome de “laranjas”. Essas empresas simulavam operações comerciais no setor de couro para gerar créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), depois negociados com fabricantes de calçados mediante a emissão de notas frias. A quadrilha também usava as empresas para a obtenção de créditos junto a instituições bancárias usando duplicatas frias.
Com esse esquema, os promotores acreditam que a quadrilha tenha sonegado pelo menos R$ 7,6 milhões em tributos da Fazenda Estadual.
O volume, porém, pode ser muito maior, mas o total somente será apurado com a análise dos documentos fiscais e computadores apreendidos em empresas e residências onde foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão. As investigações da inteligência fazendária chegaram a identificar várias pessoas físicas com fortes indícios de participação, mas que não pertencem aos quadros societários das empresas e, desta forma, ficam menos sujeitas à punição.
Segundo Abujamra, será investigado agora o uso do dinheiro sonegado. “Nós vamos apurar se os valores chegaram a serem convertidos em patrimônio ilícitos para apurar eventual lavagem de dinheiro”, comenta.
Dois dos empresários detidos também foram autuados por porte ilegal de arma de fogo porque com eles foram encontrados armas sem registro. Com um dos presos também foram encontrados anabolizantes e remédios de venda controlada.
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