A Petrobras divulgou seu relatório de produção do primeiro trimestre de 2024
(1T24) com produção de petróleo bruto e gás em 2,236 milhões
barris de óleo equivalente por dia (bpd), queda de cerca de 5%
trimestralmente, mas alta de cerca de 4% em relação ao ano
anterior.
A empresa atribuiu a queda sequencial na produção principalmente
ao maior volume de perdas devido a paradas e manutenção, além do
declínio natural dos campos maduros. Esses impactos negativos foram
apenas parcialmente compensados pela reestruturação de unidades de
produção novas. A produção do pré-sal, por sua vez, cresceu cerca
de 9% em relação ao ano anterior e representou cerca de 83% da
produção total de petróleo da estatal.
Enquanto isso, no segmento de refino, os volumes totais vendidos
caíram cerca de 5% trimestralmente, devido à sazonalidade no
consumo de diesel e à perda de participação da gasolina para o
etanol nos veículos flex fuel. Os volumes de produção recuaram
cerca de 3% trimestralmente, devido à demanda de mercado e paradas
planejadas. O fator de utilização total atingiu 92% no 1T24 (+7
p.p. em relação ao ano anterior).
A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) divulgará os resultados do
1T24 em 13 de maio, após o fechamento do mercado. O Goldman Sachs
espera que a empresa anuncie cerca de US$ 2,6 bilhões em dividendos
ordinários (incluindo recompra) juntamente com os lucros (seguindo
a política de remuneração aos acionistas da estatal). Como
lembrete, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis, reguladora de petróleo e gás do Brasil) divulga
dados de produção para o mercado de petróleo brasileiro mensalmente
e, como tal, já se esperava que o anúncio de hoje seja visto como
um não evento.
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renda mensal previsível, começando já nas próximas semanas.
O Goldman Sachs mantém sua preferência por PRIO (PRIO3) na sua
cobertura de energia, mas mantém recomendação de compra para a
Petrobras, pois vê a petrolífera oferecendo uma forte geração de
caixa nos próximos anos (rendimento de fluxo de caixa livre de
20%/14% para 2024 e 2025). Combinado com uma governança que, na
visão do banco, limita (embora não elimine totalmente) os riscos de
alocação de capital e desvios significativos entre os preços de
referência domésticos e internacionais para os preços dos
combustíveis.
Já o Morgan Stanley optou por reduzir a estimativa de Ebitda
(lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da
Petrobras em aproximadamente 2% no 1T24, devido à margem de refino
e à contribuição de gás e energia ligeiramente mais baixas, mas
ainda espera um fluxo de caixa livre (FCF) robusto de US$ 6,9
bilhões. Em termos de avaliação, o Morgan reitera recomendação
equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à
neutro) para os ADRs da Petrobras e preço-alvo de US$ 19.
O JPMorgan, por sua vez, avalia a Petrobras reportou resultados
operacionais mais fracos do que suas estimativas, afetados pela
sazonalidade e paradas para manutenção.
O segmento de exploração e produção caiu 5,4% trimestralmente,
com uma produção de 2,8 milhões bpd, ficando abaixo das estimativas
do JPMorgan em 1,0%, devido a manutenções e ao esgotamento de
campos.
No lado do refino, a produção ficou amplamente em linha com as
expectativas do banco, mas as vendas de combustíveis de 1,648
milhões bpd ficaram 7,1% abaixo estimativas, impulsionadas pela
redução do diesel (devido ao aumento no teor obrigatório de
biodiesel para 14% em março) e da gasolina (impactada pela redução
trimestral na participação do etanol hidratado nos veículos
flex-fuel). Já o segmento de Gás & Energia apresentou menor
disponibilidade e vendas de eletricidade, pois a temporada de
chuvas reduziu o despacho térmico. Com isso, o banco esperamos uma
ligeira reação negativa aos números anunciados. O JPMorgan mantém
recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo de R$ 42,15 para
ações preferenciais e de R$ 44,54 para os papéis ordinários.
A equipe de research do Itaú BBA comenta que o trimestre foi
marcado por paradas programadas, que resultaram em menores volumes
de vendas e maiores importações, combinados com menores preços do
petróleo. Nesse sentido, analistas esperam que a Petrobras reporte
US$ 13,4 bilhões em EBITDA no trimestre, implicando um agamento de
dividendos de US$ 3,5 bilhões (dividend yield de 3,2%).
O Bradesco BBI disse que a queda na produção da empresa, bem
como os menores volumes de produtos refinados vendidos no Brasil
eram esperados, já que a Petrobras costuma realizar manutenções
durante o primeiro semestre, por causa da menor atividade econômica
que no segundo semestre do ano. Com esses números, o banco espera
que a estatal reporte um Ebitda de US$ 13 a 13,5 bilhões no
1T24.
A XP Investimentos também comenta que a produção caiu
sequencialmente, como esperado. A instituição financeira prevê
Ebitda de US$ 13,2 bilhões, uma queda de 12% na base trimestral,
devido a menores preços do diesel e volume de vendas. Analistas
também projetam um lucro líquido de US$ 4,9 bilhões, fluxo de caixa
ao acionista (FCFE) de US$ 5,4 bilhões (5% de yield trimestral) e
dividendos de US$ 3,2 bilhões (3% de yield trimestral).
Em relatório chamado ” de volta aos fundamentos?”, o BTG Pactual
ressaltou que, para os resultados financeiros completos a serem
divulgados em 13 de maio (após o mercado), espera outro forte
desempenho com os preços do petróleo apenas 1% abaixo do trimestre
anterior em reais. O banco estima Ebitda de US$ 14,4 bilhões, uma
queda de 4% tri/tri devido ao declínio de produção mencionado, e
menores custos de extração de US$ 7,8/bbl, já que a produção do
pré-sal atingiu sua participação mais alta (83%) já registrada.
“Apesar dos preços menores dos combustíveis no mercado local em
relação à paridade de importação, o aumento de spreads de refino de
gasolina e a estabilidade de spreads de refino de diesel deverão
resultar em sólidas margens. No geral, prevemos que a geração de
caixa atingirá US$ 7,9 bilhões e resultará em um pagamento de
dividendos de US$ 3,5 bilhões (yield de 3%). Mais importante ainda,
acreditamos que os investidores devem se concentrar no capex da
empresa, pois pode fornecer uma boa indicação se a companhia será
capaz de cumprir a sua estimativa oficial anual”, avaliam os
analistas do banco.
A recomendação segue de compra. “Na maioria das vezes, o ruído
político cercará a tese de investimento da Petrobras. Entretanto,
acreditamos que os investidores deveriam mais uma vez começar focar
nos fundamentos dos preços do petróleo, uma vez que o governo
transmitiu algum pragmatismo relativamente à alocação de capital.
Mediante preços mais altos do petróleo, a produção de petróleo
acima do guidance e o investimento potencialmente menor, vemos
possibilidades do pagamento de dividendos “orgânicos” maiores ao
longo do ano. A Petrobras é nossa principal escolha no setor”,
concluem.
Informações infomoney
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024