Petrobras quer ampliar investimentos no setor de gás natural na Bolívia
09 Julho 2024 - 4:07PM
ADVFN News
A Petrobras quer ampliar investimentos no setor de gás natural
na Bolívia, afirmou nesta terça-feira (9) a presidente, Magda
Chambriard, ponderando, no entanto, que tais aportes precisam ser
capazes de expandir a oferta do insumo boliviano ao Brasil com
preços competitivos para atender uma demanda crescente da
indústria.
Ao se apresentar no Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, na cidade
boliviana de Santa Cruz de La Sierra, Chambriard destacou que a
produção de gás boliviana atingiu um pico de cerca de 60 milhões de
metros cúbicos por dia (m³/d) por volta de 2014, sendo metade desse
volume operado pela Petrobras, antes de entrar em declínio.
A subsidiária Petrobras Bolívia, como operadora, chegou a ser
responsável por 60% da produção total de gás boliviano entre 2007 e
2011, destacou.
Atualmente, disse a executiva, a Bolívia produz aproximadamente
35 milhões de m³/d, com cerca de 25% de participação operada pela
Petrobras. Além disso, Chambriard afirmou que 33% das exportações
bolivianas de gás são de responsabilidade da petroleira estatal
brasileira.
“Hoje nós produzimos 9 milhões (de m³/d), queremos voltar a
produzir 30 milhões na Bolívia, mas para isso, de novo, esse gás e
esse investimento tem que ser capaz de entregar gás para
fertilizantes e para a petroquímica brasileira a preços
acessíveis”, disse Chambriard, conforme gravação da apresentação
ouvida pela Reuters.
“Essa é uma questão fundamental para nós, para viabilizar esses
investimentos em que a gente acredita e que são essenciais para a
parceria Brasil-Bolívia.”
A estratégia mais inteligente para buscar ganhos consistentes no
longo prazo, mesmo sendo um investidor iniciante, segundo a
especialista em investimentos Clara Sodré
O gás natural é tido como essencial para a retomada da produção
de fertilizantes no Brasil, uma importante demanda do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, mas que enfrenta desafios diante dos
altos preços do gás natural vendido no Brasil. O Brasil é uma
grande potência agrícola global, mas que depende amplamente de
importações de fertilizantes.
Chambriard frisou acreditar no potencial do mercado boliviano e
nas oportunidades exploratórias de gás que estão disponibilizadas
hoje e que demandam investimentos.
Atualmente, a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) tem sete
áreas na Bolívia, sendo quatro delas como operadora, incluindo uma
que está em processo de devolução, segundo apresentação mostrada
por Chambriard e também vista pela Reuters. As áreas são operadas
por meio de contratos de serviço com a estatal boliviana YPFB.
Chambriard pontuou que a companhia planeja realizar uma
perfuração na área exploratória de San Telmo Norte, operada pela
Petrobras, em 2025, mas que para isso aguarda uma licença
ambiental.
“Nós estaremos onde nós formos bem-vindos, então se as
comunidades quiserem, se as comunidades nos aceitarem, e se nós
tivermos a possibilidade de perfurar esse poço, então nós
viabilizaremos esse projeto de San Telmo e vamos entregar a
produção de gás que o Brasil e a Bolívia merecem”, afirmou a
executiva.
Além disso, na apresentação feita no fórum, a executiva pontuou
como oportunidade uma eventual reversão de gasoduto na Bolívia como
caminho para o transporte de gás natural de Vaca Muerta, na
Argentina, ao Brasil, por meio da utilização da infraestrutura
boliviana.
Segundo Chambriard, a contribuição da Petrobras com o Estado
boliviano já soma cerca de US$ 10 bilhões, considerando o período
entre 2002 e 2023. Ela destacou ainda o importante papel que a
Bolívia desempenha ao complementar a demanda brasileira por gás e
citou o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), como um símbolo da
integração entre os dois países.
Chambriard participa de uma comitiva que viajou junto ao
presidente Lula à Bolívia para tratar de diversos temas.
Representantes da indústria brasileira também participam da
viagem e estão no país vizinho em mais uma tentativa de obter
acesso direto ao gás natural da Bolívia, sem intermediários, a
preços competitivos, mas em um cenário de declínio da produção
boliviana.
Representantes da indústria disseram à Reuters ter expectativas
de contratar até cerca de 4 milhões de m³/d que poderão ficar
disponíveis a partir de outubro, com o fim de um contrato de
fornecimento de gás da Bolívia à Argentina.
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