DCI de 18/03/08, As licitações para projetos de infra-estrutura começam a chamar a atenção de grandes construtoras e há casos em que esse nicho já representa alta de 20% nos negócios das empresas, que por meio de consórcios ou sozinhas arregaçam as mangas para brigar por uma fatia desse bolo previsto em um dos setores mais beneficiados com a meta do governo federal de alavancar a economia até 2010, o da construção civil,.com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A previsão de investimento ao longo dos próximos quatro anos é de R$ 170,8 bilhões.
Uma das empresas que...
DCI de 18/03/08, As licitações para projetos de infra-estrutura começam a chamar a atenção de grandes construtoras e há casos em que esse nicho já representa alta de 20% nos negócios das empresas, que por meio de consórcios ou sozinhas arregaçam as mangas para brigar por uma fatia desse bolo previsto em um dos setores mais beneficiados com a meta do governo federal de alavancar a economia até 2010, o da construção civil,.com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A previsão de investimento ao longo dos próximos quatro anos é de R$ 170,8 bilhões.
Uma das empresas que têm demonstrado força para abocanhar projetos do PAC é a construtora Trisul, resultado da união das empresas Tricury e Incosul. De olho na meta da Caixa Econômica Federal (CEF) de estimular o crédito e o financiamento para a área de infra-estrutura social e urbana, ela teve seus negócios beneficiados com um financiamento de R$ 4 bilhões para a construção de 25.440 unidades habitacionais de padrão econômico, cumprindo determinações do PAC. A verba foi acordada no final do mês passado, e, administrada juntamente com a Caixa, será utilizada em três anos.
Os apartamentos serão financiados através do banco com preços finais entre R$ 60 mil e R$ 150 mil. O local escolhido para erguer os prédios é a região metropolitana de São Paulo, que ainda ostenta o maior déficit habitacional do Brasil, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com 1,517 bilhão. "A atual conjuntura, de estabilidade econômica, queda dos juros e alongamento dos prazos ajudou a Trisul a obter bons resultados no mercado", afirmou Rebeca Ouro Preto, diretora de Relações com Investidores da empresa. Ano passado, o crescimento da Trisul em lançamentos foi 544% maior que em 2006, e chegou a R$ 621,9 milhões.
Antes do acordo com o banco, a construtora planejava lançar neste ano 12 mil unidades econômicas, chamadas Trisul Life. Esse número corresponde a 85% de todos os lançamentos da empresa para 2008. Foram lançados 2.151 apartamentos nessa linha no último trimestre de 2007, distribuídos entre a capital e o interior paulista. Na avaliação de Rebeca, "a demanda por imóveis de padrão econômico está crescendo cada vez mais e isso beneficia não apenas o consumidor final, mas também a construtora. No acordo com a Caixa, foram previstas medidas que reduzem o trâmite necessário para a obtenção do financiamento e aceleram o processo de futuros mutuários".
Obras
Estudo da RC Consultores, indica que a verba destinada à infra-estrutura pelo PAC será ainda maior do que o anunciado até agora pelo governo, para ser aplicada até 2012, pois a demanda tende a aumentar. A previsão é que 31% do valor apresentado pelo governo, de R$ 503,9 bilhões, seja destinado a saneamento básico e habitação. Ainda segundo a consultoria, a Região Sudeste terá o principal destino dos investimentos, e pode receber R$ 204 bilhões, dos quais 40% (R$ 81,6 bilhões) irão para o Rio de Janeiro e 34% (R$ 69,36 bilhões), para São Paulo.
Só o Rio de Janeiro, que terá a reestruturação de várias áreas carentes, terá mais de R$ 900 milhões em investimentos. O valor foi dividido entre vários grupos empresariais, como o Consórcio Rio Melhor, de Norberto Odebrecht, OAS e Delta, cujas intervenções no complexo do Alemão têm cerca de R$ 493,3 milhões. A cargo do consórcio formado pelas empreiteiras Andrade Gutierrez, EIT e Camter, no valor de R$ 232 milhões, está o projeto Manguinhos; o Consórcio Novos Tempos, com Queiroz Galvão, Caenge e Carioca, ficou responsável por obras na Rocinha, por R$ 175,6 milhões.
Orçamento
Outra empresa que acirrará as mangas para disputar novos projetos do PAC é a mineira Egesa Engenharia, que conduziu seis obras ligadas ao governo no ano passado, e recebeu R$ 145 milhões. O crescimento na carteira de negócios da empresa foi de 20% com esse filão. A expectativa é de que mais quatro novas obras sejam contratadas nesta semana, tendo em vista que a prioridade é para as concorrências do PAC.
Das obras conquistadas pela Egesa, quatro foram rodoviárias, uma barragem de perenização e outra de irrigação. Destas, quatro obras ainda são conduzidas pela construtora. Também otimista, Francisco Rodrigues Neto, diretor executivo do Grupo Singulare, afirma que os investimentos do PAC estão aquecendo o mercado. "Nosso setor é muito sensível ao investimento público, que cresceu ao longo do ano passado e continuará assim neste ano."
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