PIB Brasil 2014
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2014 manteve-se praticamente estável em relação ao ano anterior, registrando variação positiva de 0,1%. Em valores correntes, a riqueza gerada pela economia brasileira em 2014 atingiu R$ 5,52 trilhões (ou US$ 1,73 trilhão). Em 2013, o crescimento acumulado no ano foi de 2,7% (resultado revisado).
Já o PIB per capita alcançou R$ 27.229 (em valores correntes) em 2014, após ter recuado (-0,7%), em termos reais, em relação a 2013. Em 2013, o crescimento do PIB per capita foi de 1,8% em relação a 2012.
O resultado aferido em 2014 foi a menor taxa de crescimento anual da economia brasileira desde 2009, quando o PIB brasileiro retraiu 0,2% no auge da crise econômica mundial.
PIB brasileiro não cresceu em 2014
A estabilidade do PIB brasileiro em 2014 resultou da variação de 0,2% do valor adicionado a preços básicos e do recuo (-0,3%) nos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.
O resultado do valor adicionado neste tipo de comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Setor Agropecuário (0,4%), Setor Industrial (-1,2%) e Setor de Serviços (0,7%).
O recuo dos impostos reflete, principalmente, a redução, em volume, do Imposto de Importação (-4,7%) e do IPI (-1,7%) – decorrentes, em grande parte, do desempenho negativo da indústria de transformação no ano.
Variação do PIB brasileiro em 2014 (por setores da economia)
Setores da Economia | Variação Anual |
Total | +0,1% |
Indústria | -1,2% |
Serviços | +0,7% |
Agropecuária | +0,4% |
Investimentos | -4,4% |
Consumo das famílias | +0,9% |
A variação em volume do valor adicionado no Setor Agropecuário (0,4%) decorreu do desempenho de várias culturas importantes, que registraram crescimento de produção, como a soja (5,8%) e a mandioca (8,8%), mas apontaram perda de produtividade. Vale ressaltar também que algumas culturas tiveram variação negativa na estimativa de produção anual, como, por exemplo, cana-de-açúcar (-6,7%), milho (-2,2%), café (-7,3%) e laranja (-8,8%).
No Setor Industrial, destaque para o crescimento da indústria extrativa mineral, que avançou 8,7% no ano, influenciado tanto pelo aumento da extração de petróleo e gás natural quanto pelo crescimento da extração de minérios ferrosos. Já a construção civil e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana caíram (-2,6%). O desempenho desta última foi influenciado pelo maior uso das termelétricas, sobretudo a partir do segundo trimestre do ano.
A indústria de transformação teve queda (-3,8%), influenciada pela redução do valor adicionado da indústria automotiva (incluindo peças e acessórios) e da fabricação de máquinas e equipamentos, aparelhos elétricos e produtos de metal. Esse resultado foi parcialmente contrabalançado pelo crescimento de outras atividades, com destaque para a indústria farmacêutica, a fabricação de produtos de limpeza e perfumaria e a fabricação de bebidas.
Dentre as atividades que compõem o Setor de Serviços, o comércio sofreu queda (-1,8%). Os demais serviços acumularam crescimento no ano de 2014, com destaque para serviços de informação (4,6%), atividades imobiliárias (3,3%) e transporte, armazenagem e correio (2,0%). Administração, saúde e educação públicacresceu 0,5%, seguida por intermediação financeira e seguros (0,4%) e outros serviços (0,1%).
Na análise da despesa, o recuo da Formação Bruta de Capital Fixo (-4,4%) foi o destaque. A redução é justificada, principalmente, pela queda da produção interna e da importação de bens de capital, sendo influenciada ainda pelo desempenho negativo da construção civil neste período. Em 2013, a formação bruta de capital fixo havia crescido 6,1%.
A despesa de Consumo das Famílias desacelerou em relação ao ano anterior (quando havia crescido 2,9%) e cresceu 0,9%. Se, por um lado, a massa salarial dos trabalhadores cresceu, em termos reais, 4,1% entre 2013 e 2014, por outro o crédito com recursos livres para as pessoas físicas deixou de crescer em termos reais. A despesa do consumo do governo cresceu 1,3%, mas desacelerou em relação a 2013 (2,2%).
No setor externo, tanto as exportações (-1,1%) quanto as importações (-1,0%) de bens e serviços tiveram queda. Entre as exportações, os destaques negativos foram a indústria automotiva (incluindo caminhões e ônibus) e embarcações e estruturas flutuantes. Por outro lado, produtos siderúrgicos, celulose e produtos de madeira apresentaram crescimento. Já nas importações, a queda foi puxada por máquinas e equipamentos e indústria automotiva (incluindo peças e acessórios). Apresentaram crescimento óleo diesel, tecidos e bebidas.
A taxa de investimento no ano de 2014 foi de 19,7% do PIB, abaixo do observado em 2013 (20,5%). A taxa de poupança foi de 15,8% em 2014, ante 17,0% em 2013.
PIB Brasil x PIB Mundial
País | Crescimento do PIB em 2014 |
Brasil | +0,1% |
China | +7,4% |
Estados Unidos | +2,4% |
Reino Unido | +2,6% |
Japão | -0,1% |
Alemanha | +1,6% |
France | +0,4% |
PIB Mundial em 2014 - Valores Nominais (em trilhões de dólares)
País | 2014 |
Estados Unidos | 17,419 |
China | 10,380 |
Japão | 4,616 |
Alemanha | 3,860 |
Reino Unido | 3,056 |
França | 2,847 |
Brasil | 2,353 |
Itália | 2,148 |
Índia | 2,050 |
Rússia | 1,857 |
Zona do Euro | 18,495 |
Mundo | 77,302 |
PIB do Brasil no 1° Trimestre de 2014 (em relação ao trimestre anterior)
O PIB do Brasil apresentou retração de 0,2% (revisado em agosto de 2014) no primeiro trimestre de 2014. Em valores correntes, o PIB brasileiro atingiu R$ 1,204 trilhão (US$ 540 bilhões). Estes dados não são positivos, pois ficou bem abaixo do crescimento de 0,7% apresentado no último trimestre de 2013.
Setor da Economia |
Variação Trimestral |
Total | -0,2% |
Indústria | -0,8% |
Serviços | +0,4% |
Agropecuária | +3,6% |
Investimentos | -2,1% |
Consumo das famílas | -0,1% |
Gastos do governo | +0,7% |
Dentre os principais fatores que causaram o fraco desempenho do PIB no primeiro trimestre de 2014, podemos citar: a persistência da crise econômica na Zona do Euro; o desaquecimento, embora pequeno, da economia da China; o fraco desempenho da economia dos Estados Unidos, que apresenta lentidão para sair da crise; a diminuição do consumo das famílias, causado, principalmente, por restrição de crédito, endividamento das famílias e sentimento de insegurança com relação ao ano eleitoral; a queda no setor da indústria (-0,8%); a queda 2,1% dos investimentos diretos (a taxa de investimentos ficou em apenas 17,7% do Produto Interno Bruto, a pior para um primeiro trimestre desde 2009); e o fraco crescimento do setor de serviços (0,4%).
PIB do Brasil no 2° Trimestre de 2014 (em relação ao trimestre anterior)
O PIB brasileiro apresentou no segundo trimetre de 2014 uma queda de 0,6% em relação ao primeiro trimestre do ano. Como houve uma retração econômica em dois trimestres seguidos, alguns economistas consideram que o Brasil entrou em recessão técnica. Em valores correntes, o PIB atingiu R$ 1,271 trilhão (US$ 567 bilhões).
Em relação ao segundo trimestre de 2013, o PIB brasileiro apresentou uma queda de 0,9%.
Setor da Economia |
Variação Trimestral |
Total | -0,6% |
Indústria | -1,5% |
Serviços | -0,5% |
Agropecuária | +0,2% |
Investimentos | -5,3% |
Consumo das famílas | +0,3% |
Gastos do governo | -0,7% |
Dentre os principais fatores que causaram o fraco desempenho do PIB no segundo trimestre de 2014, podemos citar: a diminuição da confiança dos investidores, acarretando uma diminuição dos investimentos; a diminuição da produção nos dias da Copa do Mundo; o baixo crescimento do consumo das famílias; a taxa de juros elevada, que desestimula o consumo de bens de consumo; a manutenção da crise econômica na Europa; a crise econômica na Argentina, que diminui as exportações brasileiras para este país; e a proximidade das eleições presidenciais, fator que gera insegurança para investimentos.
PIB do Brasil no 3° Trimestre de 2014 (em relação ao trimestre anterior)
O PIB brasileiro apresentou uma leve alta de 0,1% no terceiro trimestre de 2014 em relação ao trimestre anterior. Como houve um crescimento, interrompendo uma sequencia de dois trimestres de retração econômica, os economistas consideraram que o Brasil saiu da recessão técnica. Em valores correntes, o PIB atingiu R$ 1,289 trilhão (US$ 515 bilhões).
Em relação ao terceiro trimestre de 2013, o PIB brasileiro apresentou uma queda de 0,2%.
Setor da Economia |
Variação Trimestral |
Total | +0,1% |
Indústria | +1,7% |
Serviços | +0,5% |
Agropecuária | -1,9% |
Investimentos | +1,3% |
Consumo das famílas | -0,3% |
Gastos do governo | +1,3% |
Dentre os principais fatores que causaram o fraco desempenho do PIB no terceiro trimestre de 2014, podemos citar: a retração da produtividade na agricultura, principalmente de produtos importantes como o café e a cana-de-açúcar; o baixo índice de investimentos externos; a retração no consumo das famílias; e o baixo índice de exportação, causado pela crise internacional e baixos preços das commodities exportadas pelo Brasil.
PIB do Brasil no 4° Trimestre de 2014 (em relação ao trimestre anterior)
Em relação ao terceiro trimestre, o PIB do quarto trimestre de 2014 cresceu 0,3%, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. A Agropecuária teve expansão de 1,8%, a Indústria manteve-se praticamente estável (-0,1%) e os Serviços cresceram 0,3%.
Na comparação com o quarto trimestre de 2013, o PIB variou -0,2%, sendo que o valor adicionado a preços básicos variou -0,2%, e os impostos sobre produtos -0,6%. A Indústria recuou (-1,9%), enquanto os Serviços (0,4%) e a Agropecuária (1,2%) tiveram variação positiva.
Setor da Economia |
Variação Trimestral |
Total | +0,3% |
Indústria | -0,1% |
Serviços | +0,3% |
Agropecuária | +1,8% |
Investimentos | -0,4% |
Consumo das famílas | 1,1% |
Gastos do governo | -0,6% |
Evolução Anual do PIB Brasil
Variação Histórica do PIB Brasileiro
2000 | 4,30 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2001 | 1,30 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2002 | 2,70 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2003 | 1,10 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2004 | 5,70 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2005 | 3,20 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2006 | 4,00 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2007 | 6,10 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2008 | 5,10 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2009 | -0,10 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2010 | 7,50 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2011 | 4,00 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2012 | 1,90 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2013 | 3,00 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2014 | 0,50 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2015 | -3,50 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2016 | -3,30 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2017 | 1,10 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2018 | 1,10 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |
2019 | 1,00 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - |