O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira, 09 de julho de 2013, suas estimativas para o crescimento global pela quinta vez desde o início do ano passado, devido à desaceleração dos mercados emergentes e à prolongada recessão na Europa.
No relatório Panorama Econômico Global, o FMI cortou sua previsão para o crescimento global em 2013 a 3,1%, mesmo ritmo de expansão do ano passado, mas abaixo da previsão de 3,3% divulgada em abril. A instituição também reduziu sua previsão para 2014 a 3,8%, ante previsão anterior de 4%.
O FMI também advertiu que o crescimento global pode desacelerar ainda mais se a retirada do enorme estímulo monetário nos Estados Unidos levar a uma reversão dos fluxos de capital e reduzir o crescimento nos países em desenvolvimento.
Previsão de crescimento do PIB
País |
2013 |
2014 |
Mundo |
3,1% |
3,8% |
Brasil |
2,5% |
3,2% |
Países Emergentes |
5,0% |
5,4% |
China |
7,8% |
7,7% |
América Latina |
3,0% |
3,4% |
México |
2,9% |
3,2% |
EUA |
1,7% |
2,7% |
Zona do Euro |
-0,6% |
0,9% |
Alemanha |
0,3% |
1,3% |
Japão |
2,0% |
1,2% |
Países Emergentes
Os mercados emergentes, que tinham sido anteriormente o motor da recuperação global, contribuíram para a piora da perspectiva, intitulada “Dores do Crescimento”. O FMI reduziu sua previsão de crescimento em 2013 dos países em desenvolvimento para 5%, incluindo uma previsão menor para os Brics (China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul).
De acordo com o relatório do FMI, o desempenho abaixo do esperado dos países emergentes ocorre por três fatores:
- O crescimento continua a decepcionar nas principais economias emergentes, refletindo, em graus diversos, gargalos de infraestrutura e outros problemas de capacidade, menor crescimento da demanda externa, preços de commodities mais baixos, preocupações com a estabilidade financeira global e, em alguns casos, suporte político débil.
- A recessão na zona do euro foi mais profunda que o esperado.
- A economia americana se expandiu a um ritmo mais lento, na medida em que a consolidação fiscal pesou na melhora da demanda privada.
O investimento baixo parece ser um dos motivos para a perda de fôlego das economias emergentes. Na China, os resultados dos investimentos parecem ser improdutivos. No Brasil, o investimento ainda é muito pequeno. Na Índia, há diversas incertezas administrativas e políticas que atrapalham os investimentos.
Aos países emergentes, o FMI recomenda que esses se preparem para um aumento das taxas de juros nos EUA, o que pode diminuir o fluxo dos capitais financeiros para as economias em desenvolvimento.
Países desenvolvidos
O FMI espera uma piora dos dados na zona do euro em 2013, e estima agora uma queda do PIB de 0,6%. Para 2014, a previsão é de avanço de 0,9%.
Enquanto isso, a economia americana deve se expandir 1,7% neste ano, e 2,7% em 2014, na previsão do fundo.
Para Alemanha, o fundo prevê crescimento de 0,3% em 2013 e de 1,3% em 2014. Já para a China, a estimativa é de um avanço de 7,8% do PIB neste ano e de 7,7% no próximo.
O Japão é uma das poucas surpresas favoráveis do relatório do FMI em relação ao crescimento de 2013. A instituição projeta agora um avanço de 2% do PIB do país asiático neste ano, acima do 1,5% esperado em abril. Isso reflete, segundo o FMI, os efeitos das políticas mais acomodativas sobre a confiança e a demanda privada.
Como saída para o crescimento lento, o FMI recomenda que os países avançados adotem políticas que não abandonem a sustentabilidade fiscal, mas apoiem a recuperação da demanda econômica e do crescimento no médio prazo.
Brasil
O FMI também reduziu a previsão de crescimento para o Brasil em 2013, de 3% para 2,5%. Para 2014, a estimativa de avanço do PIB foi reduzida em 0,8%, de 4% para 3,2%.
O Brasil foi o país com o maior corte na projeção do FMI para crescimento econômico em 2014 dentre as nações monitoradas pelo fundo.