Nicósia, 13 de Agosto de 2013 – O presidente do banco central cipriota, Panicos Demetriades, afirmou que o governo deveria ter se candidatado a ser resgatado pela União Europeia no final de 2011, logo após o acordo para redução da dívida da Grécia, que custou aos bancos do país aproximadamente 4,5 bilhões de euros.
Ele disse que, quando foi nomeado ao cargo em maio de 2012, rapidamente percebeu que todos os esforços das autoridades cipriotas estavam direcionados para evitar um resgate. Os esforços, no entanto, foram em vão e o Chipre viu-se obrigado a recorrer aos seus sócios europeus em um momento extremamente desfavorável para qualquer negociação: os principais bancos do país já estavam insolúveis, com a prestação de serviços a empresas e famílias comprometidos, e com as autoridades europeias menos dispostas a prestar socorro.
Resultado: o Chipre teve que se dobrar às duras imposições da Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e endividar-se muito mais do que teria se endividado caso tivesse solicitado socorro com mais antecedência.
Segundo Panicos Demetriades, apesar de seus inúmeros alertas sobre a situação de insolvência dos bancos cipriotas, o presidente da ilha, Demetris Christofias, mostrava-se bastante relutante em pedir auxílio formal à Europa.
A demora acabou custando muito caro, como pudemos observar no início deste ano.