São Paulo, 24 de Setembro de 2013 – O principal índice do mercado acionário brasileiro registrou leve queda nesta terça-feira, com a desvalorização das ações das blue chips Petrobras (PETR3 e PETR4), Vale (VALE3 e VALE5) e OGX (OGXP3). Tal queda ofuscou a forte alta das ações do setor de telecomunicações.
Sem força para continuar avançando após subir quase um por cento no pregão anterior, o Ibovespa (IBOV) registrou variação negativa de 0,31%, fechando cotado a 54.341 pontos. O giro financeiro da sessão foi de R$ 6,1 bilhões.
Além das blue chips, o setor de siderurgia pressionou bastante o Ibovespa. As empresas de papel e celulose Fibria e Suzano registraram as maiores quedas do índice.
O destaque positivo do pregão foi o setor de telecomunicações, que avançou com força após a companhia espanhola Telefônica, controladora da Vivo (VIVT3 e VIVT4), anunciar que aumentará sua participação na Telecom Itália, controladora da TIM (TIMP3). A ação da companhia teve a maior alta do índice, de 9,59%. Analistas já consideram a venda da empresa para alguma operadora sem atuação no país, uma alternativa para a Telefónica concluir a tomada de controle da Telecom Italia, já que autoridades brasileiras mostraram ser contrários à chance de TIM, da Telecom Italia, passar às mãos da Vivo, pertencente ao grupo espanhol.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira que a Telefônica não poderá manter o controle simultâneo de Vivo e TIM no Brasil. O ministro também confirmou que, no caso da venda da TIM, a empresa não poderia ser comprada por outros concorrentes do setor (Claro, Oi e Nextel). Assim, um novo grupo terá que assumir o controle da operadora – o mesmo vale se a decisão for pela venda da Vivo.
Na esteira da TIM, os papéis da Vivo e Oi (OIBR3 e OIBR4) também exibiram valorização expressiva.
Um tom mais conservador dá a tônica nos mercados financeiros globais nesta terça-feira, num dia marcado por novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central americano), incertezas sobre o teto da dívida americana e dados mais fracos nos Estados Unidos.
Nesta terça-feira, as atenções do mercado também se voltaram para o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que participou de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Chamou atenção o comentário do presidente do BC de que o programa de oferta diária de liquidez no mercado cambial “está adequado e sem novidades”. Para operadores, foi um sinal claro de que o BC não estuda uma mudança iminente na condução do programa. Essa percepção, combinada com fluxos de recursos, levou o dólar a inverter a direção e passar a cair ante o real.
No mercado externo, o dia marcado por novas incertezas sobre nova adequação do teto da dívida norte-americana. A autorização do Congresso dos Estados Unidos para que o governo gaste dinheiro termina no fim do ano fiscal em 30 de setembro, a menos que seja aprovada uma “resolução contínua” para manter o governo em atividade.
O mercado avaliou também novos dados sobre os preços dos imóveis nos EUA e sobre a confiança do consumidor, que vieram um pouco abaixo do esperado. Além disso, o índice de produção industrial referente à região do Fed de Richmond veio estável em setembro.