Bruxelas, 19 de Dezembro de 2013 – Depois de quase dois anos de negociações, os ministros das finanças dos países que compõem a União Européia (UE) chegaram a um acordo para evitar que eventuais quebras de bancos da região arruine a economia. O novo acordo dará a Bruxelas, sede do conglomerado político-econômico, novos poderes sem precedentes.
Os ministros negociavam há várias semanas o segundo pilar da união bancária, o mecanismo de resolução cujo objetivo é liquidar ou resgatar um banco em dificuldades. Previsto agora para o início de 2015, este mecanismo será aplicado diretamente a pouco mais de 300 bancos, os mais importantes da zona do euro e às entidades multinacionais.
O sistema regulatório aprovado nesta quarta prevê a criação de um conselho de resolução que deverá decidir sobre recapitalizar um banco ou liquidá-lo de forma ordenada. Este era um ponto de divergência entre França e Alemanha, e a responsabilidade de decidir pelo socorro ou não da instituição caberá às autoridades nacionais, como defendia Berlim, em detrimento da Comissão Europeia (CE), como preferia Paris.
O mecanismo será complementado por um fundo de resolução que servirá para organizar o fechamento de um banco ou financiar sua reestruturação.
A união bancária foi pensada como uma resposta à crise da dívida e à crise financeira que levaram inúmeros bancos à falência e deixou a Europa à beira do abismo, obrigada a aumentar sua dívida pública para resgatar o setor financeiro.