Rio de Janeiro, 10 de Janeiro de 2014 – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de dezembro apresentou variação de 0,92% e ficou acima da taxa de 0,54% registrada em novembro.
Este foi o maior IPCA mensal desde abril de 2003, quando atingiu 0,97%. Também foi o maior IPCA dos meses de dezembro desde 2002, cujo resultado chegou a 2,10%.
Com o resultado de dezembro, o IPCA fechou 2013 com uma valorização de 5,91% – acima dos 5,84% registrados ao longo do ano anterior. Em dezembro de 2012 a taxa havia ficado em 0,79%.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de novembro a 30 de dezembro de 2013 (referência) com os preços vigentes no período de 30 outubro a 27 de novembro de 2013 (base).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, conforme mostra a tabela a seguir, três deles ficaram aquém do resultado de novembro, cinco mostraram aceleração na taxa de crescimento, enquanto um deles se manteve no mesmo nível.
A gasolina, cujo impacto foi de 0,15 ponto percentual no índice, e as passagens aéreas, com 0,12 ponto percentual, constituíram-se nos destaques individuais do mês. Juntos, estes dois itens se apropriaram de 29% do IPCA, quase um terço.
O litro da gasolina ficou, em média, 4,04% mais caro, ressaltando que o consumidor da região metropolitana de Salvador passou a pagar 15,85% a mais pelo combustível. A alta é reflexo, nas bombas, do reajuste de 4,00% ocorrido nas refinarias a partir de 30 de novembro. Já nas passagens aéreas o aumento médio foi bem maior e chegou a 20,13%, superado por regiões como Fortaleza e Salvador, com variações de 30,48% e 31,74%, respectivamente.
Com isto, distante do resultado de 0,36% de novembro, o grupo Transporte apresentou alta de 1,85% – não só a maior variação, mas, também, o mais expressivo impacto de grupo em dezembro, com 0,35 ponto percentual.
Ademais, a respeito dos combustíveis (4,12%), manifestando o início da entressafra da cana-de-açúcar, o etanol teve aumento médio de 4,83%, atingindo 8,43% em Salvador e em Goiânia. No caso do óleo diesel, o reajuste de 8% nas refinarias, a partir de 30 de novembro, acabou por se refletir em 4,89%, em média, nos preços ao consumidor. Quanto às viagens interestaduais realizadas através de ônibus, também ficaram mais caras no mês, em média 1,30%, ainda em consequência do reajuste de 6,90% autorizado desde 3 de outubro.
Dentre os índices regionais, o maior ficou com o região metropolitana de Salvador (1,34%), onde a gasolina chegou a 15,85% e o etanol passou a custar 8,43% a mais de novembro para dezembro. Além disso, também em Salvador, o aumento nos preços dos alimentos superou a média nacional, atingindo 1,50%.
A região metropolitana de Belém (0,63%) apresentou o índice mais baixo do mês, já que os alimentos ficaram em 0,58%, taxa inferior a registrada nas demais regiões. Acrescente-se que, das onze regiões que compõem o IPCA, apenas Fortaleza deixou de apresentar aceleração na taxa de crescimento de um mês para o outro. A seguir, tabela com os resultados mensais por região pesquisada.
O IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.