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Brasil fecha primeiro mês de 2014 com recorde negativo histórico nas contas externas

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O Banco Central divulgou o pior resultado histórico das contas externas brasileiras para o mês de janeiro. O Brasil acumulou um déficit de US$ 11,6 bilhões no primeiro mês do ano em suas transações correntes (balança comercial + operações não comerciais que gerem entrada ou saída de capital) com outros países.

Só o turista brasileiro, gastou cerca de US$ 2,1 bilhões no exterior em janeiro. O valor, no entanto, é 8,7% menor que o que foi gasto no mesmo período ano passado (US$ 2,3 bilhões).

Rio de Janeiro, 21 de Fevereiro de 2014 – A conta de transações correntes do Brasil com outros países, um dos principais indicadores da situação da economia brasileira, fechou janeiro de 2014 com déficit de US$ 11,6 bilhões, recorde da série histórica, que teve início em 1947. O número foi divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC).

Para chegar a esse valor se somam os resultados da balança comercial (saldo entre importações e exportações) e de outras operações não comerciais que impliquem entrada ou saída de capitais (serviços e rendas).

O déficit registrado no mês passado é um pouco maior que o de janeiro de 2013, que foi de US$ 11,3 bilhões. Supera também a previsão do próprio Banco Central (US$ 11 bilhões). O chefe do departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse que, apesar do déficit histórico, a expectativa é que o saldo melhore em favor do Brasil a partir do segundo trimestre do ano.

Ainda de acordo com Maciel, o déficit de janeiro foi influenciado principalmente pela remessa de lucros e dividendos pelas empresas ao exterior, que somou US$ 2,5 bilhões no mês passado. Esse movimento, disse o diretor do BC, pode estar ligado a três fatores. Um deles é a expectativa das empresas de que o dólar vai continuar se valorizando em relação ao real. Essa previsão leva à antecipação do envio dos lucros já que, no futuro, isso pode ficar mais caro.

Outros fatores de influência são o crescimento da economia em 2013 e o aumento do estoque de investimentos estrangeiros direto no país – a alta da presença de capital estrangeiro se reverte, em algum momento, na remessa dos lucros desses investimentos ao exterior. Só no ano passado, a injeção de investimentos estrangeiros no país somou US$ 64 bilhões.

Ainda de acordo com dados do Banco Central, o investimento estrangeiro direto no Brasil somou em janeiro US$ 5,1 bilhões. Esse valor é 37,8% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 3,7 bilhões). Para 2014, a projeção do BC é que o investimento direto chegue a US$ 63 bilhões, US$ 1 bilhão a menos que em 2013.

Já os turistas brasileiros gastaram US$ 2,1 bilhões no exterior em janeiro de 2014 – na cotação desta sexta-feira, seria o equivalente a R$ 4,95 bilhões. O valor, anunciado pelo Banco Central (BC), é um pouco inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado: US$ 2,3 bilhões, quando o gasto bateu recorde para os meses de janeiro.

No fim do ano passado o governo brasileiro adotou medidas para tentar conter esse tipo de gasto. A alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide sobre os pagamentos em moeda estrangeira feitos com cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e carregamento de cartões pré-pagos foi elevada de 0,38% para 6,38%. Com isso, essas operações passaram a ter a mesma tributação dos cartões de crédito internacionais.

Em 2013, as despesas de brasileiros no exterior bateram recorde histórico, ao atingirem US$ 25,34 bilhões – alta de 14% em relação aos US$ 22,23 bilhões registrados em 2012, que eram o recorde anterior. Isso ocorreu apesar da alta de 15% do dólar no ano passado, a maior dos últimos 5 anos e responsável por encarecer passagens e hotéis cotados em moeda estrangeira.

Mesmo com a alta do IOF para despesas no exterior, a previsão do Banco Central é que as despesas lá fora devam registrar novo crescimento neste ano e, com isso, bater novo recorde histórico. Essa alta, porém, deve ser menor do que os 14% registrados em 2013.

O chefe do departamento econômico do Banco Central avaliou que a alta do dólar em relação ao real nos últimos meses, que tornou mais caras as viagens internacionais e as compras feitas lá fora, foi o principal motivador da queda no valor dos gastos dos brasileiros no exterior. De acordo com ele, foi o primeiro recuo em uma comparação mensal (resultado de um mês contra a do mesmo mês no ano anterior) desde setembro de 2012.

“As despesas de brasileiros no exterior ainda estão em um patamar alto, mas mostraram recuo, o primeiro em alguns meses. Não há duvida que a variação do câmbio é relevante nessa equação, é o principal impacto”, disse Túlio Maciel.

O diretor do BC disse que o impacto da alta do IOF não foi tão significativo para o resultado do mês passado, apesar do novo modelo de tributação que elevou o custo dos gastos no exterior desde o final do ano passado. Segundo ele, vem sendo verificada nos últimos anos uma redução gradual do uso de cartões, tanto de débito quanto de crédito, nas compras feitas lá fora. Em 2011, os cartões eram usados em 60% das despesas. Em janeiro, esse índice foi de 50,6%.

Túlio Maciel apontou ainda que, em 2013, o uso do cartão de crédito ou débito em gastos no exterior cresceu apenas 0,5%, enquanto que, de uma maneira geral, as despesas com viagens internacionais registraram aumento de cerca de 20% no mesmo período.

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