De acordo com a última edição do Boletim Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (Bacen), a perspectiva de crescimento da inflação (IPCA, IGP-DI e IGP-M) e da taxa básica de juros (SELIC) até o final de 2014 aumentou nesta semana em relação à semana anterior. A projeção para alta dos preços ao consumidor subiu de 6,11% para 6,28%. Já sobre a taxa SELIC, que encontra-se atualmente em 10,75% ao ano, o mercado estima que a mesma atinja 11,25% ao ano até o final deste ano. Os economistas consultados pelo Bacen ainda mantiveram suas apostas para o crescimento da economia medido pelo PIB (Produto Interno Bruto) em 1,70%. A expectativa para a cotação do dólar também ficou inalterada em relação à semana anterior, em R$ 2,49.
Rio de Janeiro, 24 de Março de 2014 – De acordo com o Boletim Focus, os principais economistas em atuação no país pioraram suas projeções para 2014 sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Índice Geral de Preços DI (IGP-DI), o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), a Taxa de Juros (SELIC), a Dívida Líquida do Setor Público, a Produção Industrial, a Balança Comercial e o Investimento Estrangeiro Direto. Por outro lado, os economistas consultados demonstraram-se mais otimistas quanto ao desempenho do Índice de Preços ao Consumidor (IPC Fipe) e da Conta Corrente.
Já para 2015, o último relatório divulgado pelo Banco Central mostra que o mercado financeiro brasileiro ficou mais pessimista na última semana em relação ao crescimento do déficit em Conta Corrente e ao desempenho da Taxa de Câmbio (Dólar) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Inflação
Pela terceira semana consecutiva, os principais economistas em atuação no mercado financeiro brasileiro pioraram suas projeções sobre a variação anual da inflação no país. A informação foi divulgada pelo Banco Central (Bacen) nesta segunda-feira, 24 de Março, por meio do relatório semanal de mercado (Boletim Focus).
De acordo com o relatório, os analistas financeiros consultados pelo Bacen alteraram a estimativa de crescimento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014, de 6,11 para 6,28%. Para 2015, a expectativa dos analistas para a inflação também cresceu, de 5,70% para 5,80%.
Com a nova alta, a projeção do mercado financeiro para a oscilação do IPCA neste ano se aproxima perigosamente do teto da meta inflacionária estabelecida pelo Bacen (6,50%). Nos últimos quatro anos, a inflação tem oscilado em torno de seis por cento ao ano. Em 2010, a variação dos preços ao consumidor atingiu 5,91% de alta, passando para 6,50% em 2011, para 5,84% em 2012 e para 5,91% em 2013.
Sobre os demais índices inflacionários avaliados pelo Boletim Focus, a piora das projeções dos analistas também foi bastante acentuada.
Segundo o relatório, o IGP-M crescerá neste ano 6,81%, ante 6,50% estimado anterioriormente. Sobre o IGP-DI, a diferença entre uma semana e outra foi ainda maior (0,44%): de 6,59% aferido no relatório do dia 14 de Março para 7,03% apurado na última semana.
A única exceção ficou por conta da inflação medida pelo IPC-Fipe, cujo relatório atual prevê um menor crescimento nos preços dos produtos e serviços aferidos pelo indicador: de 5,96% para 5,89%.
Taxa de Juros
O relatório de mercado do Banco Central divulgado nesta segunda-feira mostra que a expectativa sobre a variação da taxa básica de juros brasileira em 2014 subiu de 11,00% para 11,25% ao ano. Para o final de 2015, os analistas mantiveram estável, pela sexta semana consecutiva, a projeção de crescimento dos juros para 12,00% ao ano.
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o Bacen tem que calibrar a taxa sellic (taxa básica de juros) para atingir as metas de inflação estabelecidas previamente, tendo por base o IPCA. Para 2013 e 2014, a inflação tem de ficar em 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Taxa de Câmbio
Na edição atual do Boletim Focus, a projeção do mercado financeiro para a cotação do dólar no fim de 2014 ficou estável em R$ 2,49. Para o fechamento de 2015, a estimativa dos economistas para a taxa de câmbio entre dólar americano e real brasileiro subiu de R$ 2,54 para R$ 2,55.
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, a previsão dos economistas permaneceu estável em 1,70% na última semana. O crescimento previsto para 2014 segue abaixo do estimado no orçamento federal – de 2,5%.
Para 2015, a perspectiva de expansão da economia brasileira, feita pelos analistas do mercado financeiro, ficou inalterada em 2,00% de alta.
Produção Industrial
Outro indicador seriamente depreciado pelos economistas consultados pelo Banco Central foi a Produção Industrial. A estimativa dos analistas foi alterada de 1,44% para 1,41% na semana passada. Foi a quinta vez consecutiva que o mercado financeiro reduziu a perspectiva de crescimento da indústria para 2014.
Para o final de 2015, os economistas mantiveram estável a projeção de crescimento da indústria em 3,00%.
Balança Comercial
A projeção para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2014 caiu de US$ 5 bilhões para US$ 4,71 bilhões. Para 2015, a previsão de superávit comercial permaneceu em US$ 10 bilhões.
Investimento Estrangeiro
Para 2013, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil recuou de US$ 58,8 bilhões para US$ 55,4 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou inalterada em US$ 55 bilhões.