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Standard&Poor's rebaixa nota de crédito soberano do Brasil

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A agência de risco Standard & Poor’s aguardou o fim do pregão da BM&FBovespa nesta segunda-feira para divulgar que a nota de crédito soberano do Brasil foi rebaixada de BBB para BBB-, deixando o país no último degrau das nações com grau de investimento. O rebaixamento reflete a combinação de deterioração fiscal, a possibilidade que a política fiscal se mantenha débil em meio ao crescimento moderado nos próximos anos, uma capacidade limitada para ajustar essa política antes das eleições presidenciais de outubro e o enfraquecimento das contas externas do Brasil. Além de reduzir a nota de crédito para a dívida externa do Brasil de longo prazo, a agência também rebaixou a qualificação da dívida brasileira de longo prazo em moeda local de A- para BBB+.

Nova Iorque, 24 de Março de 2013 – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou nesta segunda-feira a nota de crédito soberano do Brasil, que reflete a confiança de investir no país, de “BBB” para “BBB-“. A S&P também mudou a perspectiva do rating de negativa para estável.

A classificação de “BBB-” ainda mantém o país com grau de investimento, que recomenda o país como destino de aplicações, mas é o último degrau para perder esse posto. O fato de ter mudado a perspectiva para estável indica que a S&P não deve fazer novos rebaixamentos no curto prazo.

A Standard & Poor’s apontou em sua justificativa sinais pouco claros da política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um frágil quadro fiscal, e também a desaceleração do crescimento do país.

Em comunicado, a S&P disse que o rebaixamento do rating reflete a combinação de “derrapagem orçamentária” em meio às perspectivas de “crescimento moderado nos próximos anos”, baixo volume de investimentos, “capacidade restrita” a ajustar a política antes das eleições presidenciais de outubro e “algum enfraquecimento das contas externas do país”.

A Standard & Poor’s (S&P) informou que a perspectiva dessas novas notas é estável, motivo pelo qual não prevê uma nova modificação em curto prazo.

A S&P foi a primeira agência que qualificou o Brasil como país com grau de investimento (BBB-), em abril de 2008, e chegou a elevar sua qualificação até “BBB” em novembro de 2011, mas já tinha colocado a nota em perspectiva negativa e advertido que estudava reduzi-la pelas condições econômicas desfavoráveis.

A redução da nota acontece uma semana depois que um grupo de economistas da agência se reuniu em Brasília com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em uma visita que fizeram ao país para avaliar o estado da economia brasileira.

A agência tinha manifestado sua preocupação principalmente com o aumento dos gastos públicos e com a incapacidade do governo de cumprir suas metas de superávit fiscal primário.

O governo anunciou em fevereiro um ajuste fiscal precisamente para garantir o cumprimento de suas metas de economia que aparentemente não convenceu os analistas da agência de classificação de risco.

Com o ajuste, que incluiu um corte de gastos de R$ 44 bilhões, o governo se impôs como meta terminar este ano com um superávit fiscal primário equivalente a 1,9% de seu Produto Interno Bruto (PIB), uma poupança nas contas públicas igual à alcançada no ano passado.

O Ministério da Fazenda, no entanto, teve que recorrer a diferentes manobras contábeis, como a exclusão dos investimentos das estatais nos gastos públicos, para alcançar a meta que se impôs no ano passado.

A preocupação também se deve ao fato de que, em um ano em que os brasileiros irão às urnas para escolher presidente e parte do Congresso, o governo terá dificuldades para reduzir suas despesas.

Igualmente preocupa a S&P a perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira nos próximos anos.

Após ter registrado uma expansão de 7,5% em 2010, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011, de apenas 1% em 2012 e de 2,3% no ano passado.

Os economistas dos bancos consultados semanalmente pelo Banco Central preveem para este ano um crescimento de entre 1,7% e 2% para 2015.

Quanto às contas externas, o próprio Banco Central anunciou hoje sua decisão de elevar sua previsão para o déficit em conta corrente neste ano de US$ 78 bilhões até o recorde de US$ 80 bilhões.

 

Brasil atingiu o grau de investimento em abril de 2008

 

O Brasil atingiu o chamado grau de investimento em abril de 2008 quando a agência Standard & Poor’s (a mesma que agora rebaixa a orientação de investimentos no país) elevou a nota atribuída ao país para títulos da dívida emitidos em moeda estrangeira para “BBB-” (a anterior era “BB+”).

Essa nota é concedida a países com pouca chance de inadimplência e significa, na prática, que o Brasil oferecia, segundo considerou a S&P, baixos riscos para investidores financeiros internacionais. No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um “certificado de segurança” que as agências de classificação dão a países que elas consideram bons pagadores.

As agências também dão uma nota para os títulos da dívida emitidos em moeda nacional, mas esse item tem importância secundária para um país que necessita de investimentos externos como o Brasil. Portanto, quando o governo brasileiro comemorou em 2008 ter alcançado grau de investimento, era nas moedas estrangeiras que estava pensando.

Com a mudança na classificação da Standard & Poor’s, em 2008, o Brasil passou para o primeiro degrau do “grau de investimento”.

Um mês depois, outra agência de classificação de risco, a Fitch Rating, também elevou o Brasil para “grau de investimento”.

A terceira grande agência a fazê-lo, a Moody’s, atribuiu o status de grau de investimento ao país somente em setembro de 2009.

Em novembro de 2011, a Standard & Poor’s aumentou em mais um grau a nota de crédito soberano do Brasil (de “BBB-” para “BBB”), sob a justificativa de que o governo vinha demonstrando compromisso de atingir as metas fiscais.

No comunicado que acompanhou a decisão de 2011, a agência diz que o governo da presidente Dilma Rousseff demonstrou seu compromisso em cumprir as metas fiscais, ampliando assim o escopo para usar instrumentos monetários para influenciar a economia doméstica.

As duas outras agências novamente seguiram a S&P, elevando a nota do país. A Fitch fez isso em abril de 2011 e a Moody’s, logo depois, em junho.

Nesta segunda-feira (24), no entanto, a Standard & Poor’s anunciou, pela primeira vez desde 2002, o rebaixamento da nota do Brasil, para “BBB-“, fazendo o país retornar ao primeiro degrau do “grau de investimento”.

Pela Moody´s e Fitch, a avaliação permanece no segundo degrau (BBB) desde 2011.

 

Entenda o que é grau de investimento

 

Em 2008, a agência de risco Standard & Poor’s deu categoria de grau de investimento ao Brasil. A decisão, seguida por outras agências, representou uma melhora na recomendação do país, que passou a ser considerado seguro para investidores estrangeiros.

Com o “investment grade”, um mercado pode atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.

A avaliação de risco de investimento é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro.

A partir da nota de risco recebida por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido por causa da instabilidade econômica local.

Na Standard & Poor’s por exemplo (veja abaixo), as notas vão de “D”, que representa risco alto e baixo interesse aos investidores, a “AAA”, que é grau de investimento com qualidade alta.

O Brasil chegou a ter nota “BBB” em 2011, considerada de qualidade média. Essa faixa inclui as notas “BBB+”, “BBB” e “BBB-“.

Abaixo dela (notas “BB” e “B”) são consideradas categoria de especulação, ou seja, baixa classificação.

 

 

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