O número de pessoas que optam por essa modalidade de investimento ultrapassou aquelas que preferem ações de empresas listadas na Bolsa de Valores no mês de setembro.
A corretora Rico, líder no mercado de Tesouro Direto no Brasil, calcula que o número de pessoas que optam por por investir no Tesouro Direto ultrapassou aquelas que preferem ações de empresas listadas na Bolsa de Valores no mês de setembro – ao final de agosto, o Tesouro Direto superou os 552 mil CPFs cadastrados, crescimento de 31,77%% no ano. Já o pregão da BM&FBovespa contabilizava 555 mil CPFs em seu banco de dados, porém o movimento é inverso – desde 2010, o mercado de ações já perdeu 50 mil investidores pessoa-física.
“Abrimos cerca de 3.800 contas por mês aqui na corretora, e 30% são para Tesouro Direto. Ao mesmo tempo, o total de clientes em bolsa está praticamente estagnado. Esse é um retrato do mercado, de juros altos e totalmente favorável à renda fixa”, explica Mônica Saccarelli, sócia da Rico. A corretora tem 2,5 bilhões de reais de 30 mil clientes em tesouro direto sob seus cuidados – equivalente a 12% do volume de todo mercado.”
Sobre o cenário, Mônica pondera que o Tesouro Direto é uma boa notícia para investidores e instituições financeiras, porém a situação está longe do ideal. “A melhor perspectiva para todos seria um mercado crescendo como um todo, seja em renda fixa ou variável. Assim teríamos diversos produtos disputando a atenção do investidor e, consequentemente, mais gente investindo a taxas de administração mais competitivas”.
Em relação ao volume investido, a Bolsa ainda lidera com folga – são 103 bilhões de reais de pessoas físicas investidos em ações de empresas, contra 19,47 bilhões de reais em estoque dos títulos do governo. “A diferença é grande, mas temos que lembrar que o Tesouro Direto existe há pouco mais de dez anos”, diz a sócia da Rico.