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Mercado espera IPCA acima de 10% este ano e em 6,5% no próximo; PIB deve cair 2% em 2016

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O mercado financeiro reviu para cima sua estimativa para a inflação oficial (IPCA) e trabalha com dois dígitos para este ano pela primeira vez, conforme dados da pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) e divulgada no relatório Focus. A estimativa dos analistas e economistas para este ano passou de 9,99% na semana anterior para 10,04% na semana passada. Se confirmada, será a primeira vez que o país tem uma inflação de dois dígitos desde 2003, época em que o Plano Real estava em dúvida com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Piora nas estimativas para 2016

A previsão também piorou bastante para o ano que vem, passando de 6,47% para 6,50%, ou seja, o limite do teto de inflação do BC para o ano. O BC prometia levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, já no ano que vem, porém, desistiu na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) passada diante do custo de elevar as taxas novamente no atual momento econômico. As expectativas de inflação para 2016 pioraram rapidamente, já que estavam em torno de 5% em setembro.

Alta nos próximos 12 meses

Também as estimativas para a inflação dos próximos 12 meses pioraram, passando de 6,70% para 6,76%. Há quatro semanas, a estimativa . O mercado trabalha agora com um IPCA subindo 0,66% em novembro e 0,75% em outubro, ante 0,62% e 0,71% na semana anterior.

IGP-DI de 10,54% este ano

A piora da inflação não ocorre apenas no índice oficial. Os IGP, calculados pela Fundação Getulio Vargas, também superam os 10% neste ano, puxados pelos preços no atacado, que têm peso de 60% no índice e refletem a alta do dólar nas commodities e nos preços industriais. Portanto, a alta dos IGP é um mau sinal para o IPCA, pois indica que haverá pressão do atacado sobre o varejo no curto prazo.

O IGP-M, que corrige os aluguéis, pode fechar este ano com alta de 10,26%, ante 9,96% previstos na semana anterior. Para o IGP-DI, a alta prevista para 2015 é ainda maior, 10,54%. Para o ano que vem, o IGP-M projetado é de 6,19% e o IGP-DI, de 6%.

Selic estável

Apesar da alta da inflação, o mercado trabalha com juros estáveis por parte do BC. A taxa básica Selic prevista para o fim deste ano segue em 14,25% e em 13,25% para o ano que vem.

PIB em queda contra a inflação

A explicação para o mercado não esperar alta dos juros é a perspectiva de piora da economia, que deve segurar o emprego, a renda e o consumo neste ano e no próximo. Para este ano, a estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) ficou estável em relação à semana anterior, em 3,10%. Mas subiu para 2016, passando de -1,90% para 2,00%. As perspectivas para o ano que vem também se deterioraram aceleradamente. Há quatro semanas, a previsão era de queda de 1,22% no PIB de 2016.

Dólar abaixo de R$ 4 em dezembro

A previsão para o dólar comercial, por sua vez, caiu para dezembro deste ano, para R$ 3,96, ante R$ 4,00 na semana anterior. Já para 2016, a projeção ficou estável em R$ 4,20.

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