Durante reunião do Conselho de Ética, o deputado Genecias Noronha (SD-CE) pediu, há pouco, vistas do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aliados de Cunha já tinham sinalizado que fariam isso como estratégia para adiar a oitava tentativa de votar o parecer contra o peemedebista. O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), no entanto, não se manifestou sobre o pedido.
No início da sessão, o novo relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), apresentou seu parecer favorável ao seguimento das investigações, em apenas uma folha – frente e verso –, no qual acusa Cunha dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falso testemunho na CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior. Rogério esclareceu que fez apenas um complemento de voto.
O advogado do presidente da Câmara, Marcelo Nobre, demonstrou “preocupação” com impactos da operação Catilinárias, deflagrada hoje pela Polícia Federal, na decisão do Conselho, mas disse que está confiante na defesa técnica do colegiado. Ao se dirigir aos parlamentares, Nobre esclareceu que não há relação do processo no Conselho com as ações da PF, que fizeram buscas e apreensões na residência de Cunha.
“Isto [operação da PF] só reforça nossa defesa. A defesa tem dito que não tem prova e o que decorre da busca e apreensão na casa do meu cliente? A busca de provas”, disse o advogado, que concluiu: “Estes acontecimentos na casa do meu cliente só reforçam a defesa neste Conselho de Ética. Aqui estamos para tratar de quebra de decoro ou não”, afirmou.
Minutos antes de a reunião começar, Nobre pediu para que os parlamentares respeitassem a lei assegurando que a defesa tivesse o direito de apresentar, novamente, seus argumentos. Além do “esclarecimento” sobre as ações de hoje, o jurista reiterou a defesa já apresentada ao colegiado.
Editor Denise Griesinger