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Programa Brasilianas traz balanço da economia em 2015 e perspectivas para 2016

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Um ano de guinada na política econômica que acabou marcado pela recessão, pela inflação alta e pela perda do grau de investimento (selo de bom pagador) do país. A economia brasileira em 2015 e as perspectivas para o país em 2016 são o tema do programa Brasilianas, da TV Brasil, desta segunda-feira (28).

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, a professora do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) Laura Carvalho, e o professor titular do Departamento de Economia da USP de Ribeirão Preto Rudinei Toneto Júnior, debatem a política de ajuste fiscal posta em prática este ano, com as dificuldades de aprovação de medidas no Congresso e as divergências no governo que culminaram com a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda.

Os três convidados iniciaram o programa falando das expectativas em torno da gestão do novo ministro, Nelson Barbosa. Para André Perfeito, o novo titular da Fazenda não conseguirá acalmar o mercado no curto prazo. Isso porque o país atravessa uma grave crise política e o governo não tem quase nenhuma margem de manobra.

“Perdemos o grau de investimento muito em cima do ajuste mais pesado, ortodoxo feito por Levy. Agora fica essa questão fiscal que não vai sair do lugar. Nelson Barbosa não pode fazer nada. Ajuste fiscal não vai se dar de forma alguma via corte de gastos porque esse não foi o problema. O que a gente teve foi um conjunto de desonerações de R$ 400 bilhões nos últimos anos”, disse.

Na avaliação de Laura Carvalho, Barbosa não mudará a linha adotada por Levy porque não existe espaço político nem fiscal para isso. Ela acredita que o novo ministro tem uma postura mais realista e transparente que o antecessor ao reconhecer que era impossível cumprir as metas de esforço fiscal propostas por Levy para 2015 e 2016. “Ao que parece, Nelson era a força que estava clamando por mais transparência e mais realismo”, declarou.

A economista, no entanto, advertiu que a produção e os investimentos continuarão estagnados nos próximos meses. “Até o meio do ano, nada acontece. Acho que a inflação vai acelerar ano que vem. O choque dos preços administrados [como energia e combustíveis] passou, mas estão vindo vários reajustes de preços provocados pela depreciação cambial”, alertou.

Os três economistas consideraram excessiva a elevação de juros pelo Banco Central. Além de agravar a recessão, a alta da taxa Selic – juros básicos da economia – aumentou o desequilíbrio nas contas públicas. “O governo teve de alterar as políticas monetária e fiscal. As duas no sentido de controlar a inflação. Agora, ao jogar a economia numa recessão, a política fiscal ficou inoperante. Como o Congresso não aprovou o que tinha de ser aprovado, a política fiscal ficou totalmente paralisada”, constatou Toneto Júnior.

A ortodoxia do ajuste fiscal proposto por Levy também foi criticada. “Enquanto os Estados Unidos e a Europa debatem, há sete anos, a eficácia das medidas [de ajuste] adotadas por eles, o Brasil segue o caminho que levou a uma espiral negativa nos países desenvolvidos”, disse Laura. “Eu não sabia o tamanho da queda [da economia] este ano. Agora, fazer um ajuste recessivo no meio de uma recessão, não tem segredo. Só reforça a recessão”, acrescentou André.

Apresentado pelo jornalista Luís Nassif, o programa Brasilianas vai ao ar hoje na TV Brasil, às 23h.

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