Dólar registra terceira queda seguida e volta a ser cotado abaixo de R$ 4,00

Depois de três dias em baixa, finalmente o dólar fechou cotado abaixo de R$ 4,00. Foi apenas a segunda vez este ano que isso ocorreu, após nove pregões realizados. Nesta quinta-feira, após subir forte pela manhã, a moeda norte-americana encerrou o dia cotado a R$ 3,9953 para compra e a R$ 3,9983 para venda, registrando uma queda diária de 0,31%.

Apesar da nova queda no preço do dólar, o fato é que os investidores continuam preocupados com a economia da China e com a instabilidade dos preços do petróleo. Com isso, eles têm evitado investir em moedas de países emergentes.

Cenário internacional

Hoje não foi um dia de grandes novidades. Sem muitos indicadores relevantes a serem divulgados, o mercado de câmbio manteve o foco na cotação dos commodities, que fecharam no vermelho no dia anterior, após terem iniciado o pregão com fortes altas.

Seguindo a tendência de fechamento do mercado de futuros norte-americano no dia de ontem, as bolsas de mercadorias orientais derrubaram os preços das commodities pela manhã. Veja a Bolsa de Commodities de Tóquio (TOCOM), por exemplo. Encerrou o pregão desta quinta-feira negociando barril de petróleo 4,76% mais barato que na véspera. Já o preço da gasolina caiu 3,48%.

Não foi a toa que o dólar iniciou o dia bem valorizado frente às demais moedas. Por aqui, 0,72% pela manhã, sendo cotado a R$ 4,0398 para venda.

Após a abertura dos mercados nos Estados Unidos, tudo começou a mudar. Os preços das commodities voltou a subir, porem de maneira mais contundente que na véspera, e o dólar voltou a perder um pouco de sua força.

Cenário nacional

No cenário local, os investidores continuam aguardando novas pistas sobre a estratégia do governo brasileiro para lidar com a crise econômica. Desse modo, as cotações tendem a continuar voláteis nos próximos dias. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na semana que vem é o foco mais imediato, com a maioria dos operadores apostando que os juros básicos devem subir 0,50 ponto percentual.

Começam a surgir, no entanto, fatores de pressão para que o Banco Central não tome essa decisão.

Há grande expectativa sobre a reunião do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, com o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, que ocorrerá após o fechamento dos mercados.

O Ministro da Fazenda já sinalizou estar disposto a usar o crédito do banco de fomento como uma medida de estímulo parafiscal. A posição de Nelson Barbosa sugere que, conforme cresce a pressão sobre a Presidente Dilma Rousseff, o governo está propenso a voltar a tomar medidas de afrouxamento fiscal.

Após a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no ministério da Fazenda, investidores temem que não se faça um ajuste das contas públicas rígido o suficiente.

Banco Central

O banco central brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, o Banco Central já rolou o equivalente a US$ 5,072 bilhões, ou cerca de 49% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Variação da cotação do dólar comercial em 14 de Janeiro de 2016