Ibovespa fecha em alta pelo segundo dia consecutivo, mesmo com nova queda nas ações da Petrobras

Pela primeira vez no ano, o Ibovespa conseguiu emplacar duas altas consecutivas – foi apenas a quinta valorização após a realização de quinze pregões em 2016. A alta desta sexta-feira, 22 de Janeiro de 2016, pode ser atribuída ao bom humor dos investidores após mais uma boa performance dos barris de petróleo negociados nas bolsas de mercadorias internacionais. Os investidores também se animaram com a possibilidade do Banco Central Europeu (BCE) adotar mais uma rodada de estímulos econômicos na zona do euro. As boas notícias contagiaram os brasileiros, que foram às compras no Mercado Bovespa, recheando suas carteiras com papeis de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4). Com a alta de 340,11 pontos registradas no último pregão da terceira semana do ano, o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo diminuiu um pouco da perda de 12,27% acumulada no primeiro mês de 2016. Na semana, o Índice Bovespa teve queda de 1,39%. Foi a quarta semana consecutiva de queda no valor do Ibovespa.

Ibovespa Hoje

O Ibovespa subiu 0,83% nesta sexta-feira, 22 de Janeiro de 2016, fechando cotado em 38.031,22 pontos. Ao longo do dia, o principal índice de ações do Brasil oscilou entre 37.736,93 pontos (valor mínimo) e 38.443,81 pontos (valor máximo). Na véspera, o Índice Bovespa fechara cotado em 37.717,11 pontos.

O volume financeiro total movimentado durante o dia foi de R$ 4,327290 bilhões.

Cenário Externo

A nova alta do Ibovespa nesta sexta-feira foi influenciada por uma boa dose de otimismo do mercado externo, devido à recuperação dos preços do petróleo e expectativas de novos estímulos econômicos na zona do euro.

Os preços do petróleo subiram nesta sessão, com uma frente fria nos Estados Unidos e na Europa alimentando expectativas de maior demanda. A commodity vem renovando nas últimas sessões as mínimas em 13 anos, pressionando a procura por ativos de maior risco e de moedas ligadas a commodities.

A recuperação do bom humor nos mercados globais vinha também após o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmar que o banco vai revisar sua política monetária em março, alimentando expectativas de mais estímulos. As bolsas de valores da Europa registraram a primeira alta semanal do ano.

As principais bolsas de valores da Ásia e do Pacífico fecharam o dia em alta, com a Bolsa de Valores de Tóquio saltando quase seis por cento.

– China: +1,25%

– Hong Kong: +2,90%

– Cingapura: +1,75%

– Austrália: +1,07%

– Coreia do Sul: +2,11%

– Taiwan: +1,20%

– Japão: +5,88%

O índice FTSEurofirst 300, principal índice de ações da Europa, fechou com alta de 2,96%, aos 1.332,00 pontos. O indicador acumulou ganho de 2,70% na semana. Foi o maior ganho diário desde outubro e a primeira alta semanal deste ano. Todos os demais índices locais também fecharam com fortes altas.

– França: +3,10%

– Inglaterra: +2,19%

– Alemanha: +1,99%

– Itália: +1,63%

– Espanha: +3,30%

– Portugal: +3,22%

O Dow Jones, principal índice de ações dos Estados Unidos fechou com forte alta de 1,33%, cotado em 16.093,51 pontos.

Cenário Interno

Uma reversão no bom humor dos investidores já no próximo pregão não pode ser descartado, especialmente levando em conta a fragilidade das perspectivas político-econômicas brasileiras.

A controversa decisão do Banco Central (BC) de manter os juros básicos nesta semana desencadeou forte pressão sobre os ativos brasileiros e deve manter elevada a volatilidade no mercado local.

Um dos efeitos da não elevação da Taxa Selic pode ser o aumento do descontrole da inflação, estacionada acima da meta estabelecida pelo BC nos últimos cinco anos. Nesta sexta-feira, a prévia da inflação oficial iniciou o ano com desaceleração, mas registrando o pior resultado para um mês de janeiro e um valor acumulado mais alto em 12 meses desde 2003.

Petrobras

As ações da Petrobras operaram em alta durante grande parte do dia e chegaram a subir seis por cento. Mas os papéis inverteram o movimento no final da sessão e fecharam em queda.

Os papéis preferenciais da petroleira (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, fecharam em baixa de 2,00%, cotados a R$ 4,41. Já as ações ordinárias (PETR3), com direito a voto em assembleia, perderam 1,27%, cotadas a R$ 6,21.

Com a desvalorização no pregão de hoje, a Petrobras já acumula perda de cerca de 85% de seu valor de mercado desde 21 de maio de 2008, quando atingiu seu ápice histórico e chegou a ser avaliada em R$ 510,3 bilhões. Na última segunda-feira (18 de Janeiro de 2016), porém, a petroleira passou a valer R$ 73,7 bilhões – uma queda de R$ 436,6 bilhões em seu valor.

A estatal enfrenta os efeitos da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na petroleira, além de um alto nível de endividamento, acentuado pelo controle dos preços dos combustíveis pelo governo. Prejudica também o cenário político conturbado, que deixa investidores pessimistas em relação ao país e suas estatais. Soma-se a isso, ainda, a queda dos preços do petróleo no mercado global.

Vale

As ações da Vale tiveram mais um dia de queda e, assim como as perdas dos papéis da Petrobras, limitaram a alta da BM&FBovespa.

As ações preferenciais da mineradora (VALE5) recuaram 1,9%, cotadas a R$ 6,73, enquanto que seus papéis ordinários (VALE3) caíram 1,2%, encerrando o dia valendo R$ 9,03.

Composição o Ibovespa em 22 de Janeiro de 2016