Ibovespa volta a cair forte nesta terça-feira. Vale e Petrobras desabam

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, invertendo a tendência de um dia que parecia favorável inicialmente. Foi a quinta queda consecutiva do índice, puxada por baixas fortíssimas registradas pelas ações de Vale e Petrobras. As ações da gigante brasileira do petróleo atingiram os valores mínimos em quase doze anos, após a estatal ter anunciado uma redução de US$ 32 bilhões em seu plano de investimentos da para o período 2015-2019.

O principal índice de ações da Bovespa encerrou o dia com perda de 1,09%, cotado aos 39.513,83 pontos e renovando o menor patamar desde 2009. No ano, a bolsa de valores brasileira já caiu 8,85%.

Cenário Externo

Ficou claro que o humor dos investidores permanece bastante frágil, em meio a persistentes preocupações com a saúde da economia da China.

Nesta terça-feira, o banco central chinês permitiu novamente que o yuan se valorizasse, amparado naquilo que analistas descreveram como compras agressivas de yuanes nos mercados externos. A decisão vem após a queda recente da moeda chinesa desencadear uma onda de preocupações nos mercados globais.

Muitos operadores entenderam a decisão de permitir uma desvalorização cambial como um sinal de fraqueza econômica mais ampla. Embora o governo chinês tenha voltado atrás e promovido nova valorização do iuan nos últimos dias, investidores continuavam apreensivos, em meio a dúvidas sobre as intenções da China.

O movimento dos preços do petróleo também vem atraindo bastante a atenção dos investidores. A volatilidade nos preços do petróleo vem pressionando as commodities e influenciando a variação do dólar nos mercados emergentes. Nesta terça, os preços do petróleo caíram novamente e se aproximaram do limite simbólico dos trinta dólares por barril, fechando o dia com perda de 3,09%, negociado US$ 30,19 na Bolsa de Mercadoria e Commodities de Nova Iorque.

Cenário Interno

No cenário local, os investidores continuam aguardando novas pistas sobre a estratégia do governo brasileiro para lidar com a crise econômica. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na semana que vem é o foco mais imediato, com a maioria dos operadores apostando que os juros básicos devem subir 0,50 ponto percentual.

Vale

As ações ordinárias da mineradora Vale (VALE3), com direito a voto em assembleia geral da companhia, tombaram 8,01%, fechando o dia cotadas a R$ 9,42. Já as ações preferenciais (VALE5) da empresa, que dão prioridade na distribuição de dividendos, perderam 8,33% de seu valor, cotadas a R$ 7,26.

A queda livre no preço das ações da mineradora brasileira está diretamente relacionada com a crise econômica chinesa. O país asiático é o principal destino para as exportações da Vale. A China é o maior consumidor de commodities do planeta. Qualquer queda no ritmo de crescimento da economia chinesa faz o preço das commodities desabarem.

Petrobras

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) recuaram 7,65% nesta terça-feira, encerrando o pregão cotadas a R$ 7,00. Por sua vez, as ações preferenciais  (PETR4) da gigante brasileira do setor de petróleo caíram 9,19%, cotadas a R$ 5,53. Esse é o menor valor para esta ação e 2004.

Segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica, desde maio de 2004 as ações da Petrobras não eram negociadas abaixo de seis reais. No dia 04 de maio daquele ano, o papel fechou cotado a R$ 5,48.

A Petrobras acompanhou a desvalorização do petróleo no exterior, que já passava dos 3%. Além da notícia de que seu Conselho de Administração aprovou a redução do plano de investimentos da companhia para o período 2015-2019 para US$ 98,4 bilhões, o que representa um corte de 24,5% desde a projeção inicial realizada pela estatal.

Desempenho das ações que compõem o Ibovespa em 12 de Janeiro de 2016