Em novembro de 2015, os preços coletados nas indústrias de transformação brasileiras variaram, em média, 9,55% quando comparados a novembro de 2014. No mês anterior, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) apontava para uma variação anual de 10,89%.
As quatro maiores variações de preços ocorreram na fabricação de: transporte (34,05%), fumo (32,18%), papel e celulose (26,22%) e alimentos (14,19%).
As principais influências para o indicador mês contra mês do ano anterior de novembro de 2015 vieram de: alimentos (2,69 pontos porcentuais), outros produtos químicos (1,48 ponto porcentual), papel e celulose (0,87 ponto porcentual) e transporte (0,71 ponto porcentual).
A seguir, são analisados detalhadamente esses cinco setores que, no mês de novembro de 2015, encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor, de acordo com o indicador anual:
Transporte
O resultado nesse indicador é ligado à variação da taxa de câmbio (R$/US$) que, no indicador anual, houve uma variação de 34,05% no setor Outros equipamentos de Transporte contra uma variação cambial de 48,3%. Todos os produtos aumentaram de preço nesta comparação.
Fumo
Pelo segundo mês consecutivo os preços desta atividade apresentaram redução na comparação mensal, oscilando – 2,10% em novembro de 2015, por isso, o indicador anual de novembro de 2015 deste setor (32,18%) é inferior ao encontrado em outubro de 2015 (38,93%), mas suficiente para colocar os preços desta atividade na segunda colocação entre as maiores variações. Apesar da redução identificada nos dois últimos meses, o resultado do comparativo anual ainda estão próximos dos maiores valores da série histórica do índice de preços ao produtor desta atividade, que foram registrados em setembro de 2015 (32,94% e 44,67%, respectivamente). Em grande medida, a variação da moeda nacional frente às moedas estrangeiras, em especial o dólar norte-americano é a razão da alta.
Alimentos
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a taxa de 14,19% do setor de Alimentos foi a quarta maior, perdendo para os setores fortemente dependentes do câmbio (outros equipamentos de transporte, 34,05%; fumo, 32,58%; e papel e celulose, 26,22%).
Os dois produtos que encabeçam os destaques em termos de influência (“resíduos da extração de soja” e “açúcar cristal”) aparecem também entre as maiores variações, sendo que, no caso de “resíduos da extração de soja”, a variação é negativa.
Completam a lista dos quatro produtos de maior influência “óleo de soja em bruto, mesmo degomado” e “óleo de soja refinado”, ambos, assim como “açúcar cristal”, com variações positivas de preços. Os quatro produtos, na variação de 0,40%, tiveram influência de 0,19%. O aumento do preço do “açúcar cristal” se deve, em certa medida, a uma oferta menor, em parte por conta de chuvas que atrapalharam a colheita e em parte por conta da própria safra (menor). No caso dos derivados de soja, o aumento dos preços dos óleos ao lado da redução do preço de “resíduos da extração de soja” parece apontar para particularidades do mercado, uma vez que as empresas, no caso deste último produto, terem informado que houve arrefecimento da demanda.
Vale dizer que ainda não chegou o momento da colheita e notícias mostram que o plantio tem sofrido vários problemas, em muitos casos forçando o replantio.
Papel e Celulose
O resultado do indicador anual, de 26,22%, é a terceira maior taxa entre todos os setores das indústrias extrativas e de transformação. Estes resultados de mais longo prazo fazem com que o setor também tenha destaque em termos de influência. O produto “celulose”, agora com influência positiva, continua encabeçando a lista de destaque dos produtos mais influentes, além disso, é coerente com o fato de “celulose” ser matéria-prima para o próprio setor.
Outros produtos químicos
Em novembro de 2015, os preços do setor na comparação com o mesmo mês do ano anterior, foi de 14,14%.
O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica, a compra de matérias-primas importadas, a cotação do dólar (desvalorização do real frente à moeda americana de 48,2% em 12 meses) e aos preços da nafta, produto com sensível queda de preços entre dezembro de 2014 e março de 2015, recuperação de preços entre abril e setembro deste ano e novamente uma queda de preços em outubro e novembro; o que explica em parte a redução dos preços no último mês.
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