Novo recuo nos preços do petróleo pesa e Ibovespa registra baixa de 1,08%

O principal índice de ações da bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda nesta quarta-feira (20 de Janeiro de 2016), a décima em treze pregões realizados no ano, refletindo a forte queda na cotação dos preços do petróleo. Foi o menor patamar de fechamento do Ibovespa desde 09 de março de 2009, no auge da crise mundial, quando encerrou o dia em 36.741,35 pontos. No ano, o Índice Bovespa já acumula queda de 13,16%.

Ibovespa Hoje

O Ibovespa caiu 0,32% nesta quarta-feira, 20 de Janeiro de 2016, fechando cotado em 37.645,48 pontos. Ao longo do dia, o principal índice de ações do Brasil oscilou entre 37.046,07 pontos (valor mínimo) e 38.056,03 pontos (valor máximo). Na véspera, o Índice Bovespa fechara cotado em 38.057,02 pontos.

O volume financeiro total movimentado durante o dia foi de R$ 4,080817 bilhões.

Cenário Externo

A desvalorização do Ibovespa nesta quarta-feira ocorreu em função do cenário de incertezas com a queda do preço do petróleo, fazendo com que os investidores procurassem investimentos considerados mais seguros, como o dólar.

O preço do barril de petróleo negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova Iorque atingiu sua menor cotação desde 2003, sendo negociado abaixo de US$ 28,00. A longa sequencia de quedas no preço da commodity reflete sua sobreoferta nos mercados globais e a expectativa de baixa demanda diante da fraqueza no crescimento econômico global.

O recuo do preço do petróleo arrastou consigo as bolsas de valores chinesas. Preocupações com a saúde econômica da China também vêm contribuindo para a apreensão dos investidores. O recuo da matéria-prima energética também fez as demais bolsas de valores asiáticas desabarem.

Os investidores locais se animaram, fazendo com que o principal índice da bolsa de valores chinesa subisse mais de três por cento. Isso puxou o avanço dos demais mercados acionários da Ásia e do Pacífico:

– China: -1,04%

– Hong Kong: -3,82%

– Cingapura: -2,98%

– Austrália: -1,26%

– Coreia do Sul: -2,34%

– Taiwan: -1,98%

– Japão: -3,71%

As principais bolsas de valores da Europa também fecharam o dia com fortes perdas.

– França: -3,45%

– Inglaterra: -3,46%

– Alemanha: -2,82%

– Itália: -4,83%

– Espanha: -3,20%

– Portugal: -2,56%

O Dow Jones, principal índice de ações dos Estados Unidos fechou com forte alta de 1,56%, cotado em 15.766,74 pontos.

Cenário Interno

No Brasil, a preocupação dos investidores foi intensificada em função das incertezas sobre a estratégia do governo para enfrentar a crise econômica.

Há preocupações com a possibilidade do governo deixar de realizar importantes ajustes nas contas públicas diante da necessidade de estimular o crescimento da economia.

Soma-se a isso o temor de que o Banco Central deixe de aumentar a taxa básica de juros diante da recessão econômica. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira o novo patamar da Taxa Selic, após dois dias de reunião. É o primeiro encontro do Copom em 2016. Desde a reunião de Julho de 2015, a taxa básica de juros está fixada em 14,25% ao ano.

Petrobras

O desempenho negativo da Petrobras ajudou a puxar o Ibovespa para baixo nesta quarta-feira. Essa foi o quarto pregão seguido de perdas para as ações da estatal.

As ações preferenciais da petroleira (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, fecharam em baixa de 4,94%, cotado a R$ 4,43. Nas quatro últimas sessões, os papéis acumulam queda de 22,14% (de R$ 5,69 no dia 14 para R$ 4,43 hoje).

As ações ordinárias (PETR3), com direito a voto em assembleia, perderam 3,58% no dia e fecharam cotadas a R$ 5,93. Em quatro dias, acumulam desvalorização de 17,98% (de R$ 7,23 no dia 14 para R$ 5,93 hoje).

A baixa de hoje foi influenciada, novamente, pela queda dos preços do petróleono mercado internacional, que seguem cotados nos menores valores desde 2003.

A Petrobras já perdeu cerca de 85% de seu valor de mercado desde 21 de maio de 2008, quando atingiu seu ápice histórico e chegou a ser avaliada em R$ 510,3 bilhões. Na última segunda-feira (18 de Janeiro de 2016), porém, a petroleira passou a valer R$ 73,7 bilhões – uma queda de R$ 436,6 bilhões em seu valor.

A estatal enfrenta os efeitos da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na petroleira, além de um alto nível de endividamento, acentuado pelo controle dos preços dos combustíveis pelo governo. Prejudica também o cenário político conturbado, que deixa investidores pessimistas em relação ao país e suas estatais. Soma-se a isso, ainda, a queda dos preços do petróleo no mercado global.

Vale

As ações da Vale, que assim como as da Petrobras possuem grande peso sobre o Ibovespa, tiveram desempenho misto nesta quarta-feira.

Os papéis ordinários da mineradora (VALE3) subiram 0,33%, encerrando o dia cotadas a R$ 9,21, enquanto que as ações preferenciais (VALE5) se desvalorizaram 1,28%, cotadas a R$ 6,95.

Composição o Ibovespa em 20 de Janeiro de 2016