As cadernetas de poupança voltaram a captar em dezembro, com as aplicações superando os resgates em R$ 4,790 bilhões, o único resultado mensal positivo de 2015. Com isso, as cadernetas encerram o ano passado com um resgate líquido de R$ 50,149 bilhões, o maior da história da aplicação e equivalente a 10% do salto total, de R$ 509, 223 bilhões.
O valor aplicado nas cadernetas em dezembro foi próximo ao de dezembro do ano passado, de R$ 4,775 bilhões.
As cadernetas foram vítimas da alta dos juros, que tornou outras aplicações financeiras, como os fundos de investimentos e os títulos do Tesouro Direto, mais atrativos apesar do imposto de renda. Além disso, as aplicações isentas em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) roubaram grande parte dos recursos de pessoas físicas que estavam na poupança. A crise financeira, que veio acompanhada de alta da inflação e do desemprego, também fez muitos poupadores resgatarem seus recursos em poupança para fechar o orçamento ou quitar dívidas.
A queda no saldo das cadernetas tem impacto no mercado imobiliário, já que os recursos financiam os empréstimos feitos pelos bancos via Sistema Financeiro da Habitação (SFH). A Caixa Econômica Federal é uma das maiores prejudicadas, pois é ao mesmo tempo a maior em cadernetas de poupança e em empréstimos imobiliários.