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Preço de imóveis deve ter perda real na casa dos 10% também este ano, aponta FipeZap

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O mercado imobiliário tende a continuar no vermelho em 2016. Essa é a previsão do economista do FipeZap, Raoni Costa. Depois da perda real de 8,48% em 2015 diante da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa é que o preço de vendas de imóveis continue avançando em ritmo muito mais baixo do que a inflação. “Enquanto essa situação de recessão continuar, acredito que o mercado imobiliário vai continuar sofrendo”, diz ele. No meio do ano, a Fipe lançou um estudo apontando queda nominal de 5% no preço dos imóveis em 2016, o que levaria a uma perda real de mais de 10% em 2016 segundo as expectativas para a inflação, que hoje estão na casa dos 7%.

Oferta de imóveis

Para Costa, a oferta de imóveis deve começar a cair a partir deste ano. “O número de venda de imóveis ainda é razoável, porque você está vendendo imóveis construídos em 2013 e 2014″, diz ele. “O ano de 2015 já foi um em que a gente viu uma retração muito grande no lançamento de novos imóveis e, em 2016, a gente vai dar um passo a mais nisso”, aponta.

Segundo ele, a tomada de decisão de compra – que é mais lenta no mercado imobiliário do que no resto do mercado -, mudou e isso impactará a oferta, que tende a se retrair ao longo dos próximos anos.

Aluguel

Os imóveis alugados estão em situação ainda pior que a dos imóveis à venda. O preço dos aluguéis recuou sete vezes consecutivas ao longo de 2015 e, nos 12 meses encerrados em junho, a perda real chega a 14%. “Eu interpreto da seguinte maneira: muitos proprietários que iam vender imóveis não estão dispostos a baixar tanto o preço e resolvem alugar, o que fez aumentar a oferta de aluguéis”, diz ele.

Porém, sua aposta é de que haverá uma alteração na tendência nos próximos meses e que o preço do aluguel não ficará tão mais fraco que o preço da venda de imóveis por muito mais tempo. “A diferença entre eles deve começar a se fechar, mas não dá para esperar muita coisa do mercado de aluguel”, afirma.

Comprar ou alugar?

Para o consumidor que está na dúvida entre comprar ou alugar um apartamento, Costa diz que sua expectativa se mantém no aluguel. “Eu acho que é um bom momento para quem busca alugar e, se o aluguel continuar caindo, o contrato de aluguel é muito mais curto que o financiamento de um apartamento”, diz ele.

Para quem se decidiu pela compra, a dica é ter cautela, pois adiar a compra pode render uma grande economia. “A taxa de juros hoje está muito alta, se o consumidor tem o dinheiro guardado, ele conseguirá um bom rendimento se aplicá-lo em um fundo”, diz Costa.

Ou seja, para quem tem dinheiro guardado, comprar um imóvel hoje pode representar perda de dinheiro. “O melhor momento para comprar o imóvel será quando eles pararem de perder em relação a inflação e voltarem a subir. Mas quando isso vai acontecer é difícil saber”, completa.

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