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Ibovespa vira do céu ao inferno em poucas horas e tem pior queda desde 2021

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Depois de uma semana de euforia em que rompeu, pela primeira vez, as marcas de 162 mil, 163 mil e 164 mil pontos, o Ibovespa virou bruscamente nesta sexta-feira, 5 de dezembro de 2025. O Ibovespa fechou a 157.369,36 pontos, queda de 4,31%.

O índice chegou à máxima histórica de cerca de 165.035 pontos pela manhã, mas à tarde, começou a desmoronar. Até o meio da sessão, o cenário parecia de continuação do rali de fim de ano. Casas como o Itaú BBA projetavam o Ibovespa em direção aos 180 mil pontos, falando inclusive em rali que poderia se estender para o início de 2026. A reversão abrupta, porém, mostrou como a Bolsa continua extremamente sensível ao risco político doméstico.

O fechamento desta sexta-feira deixou uma mensagem clara para investidores locais e estrangeiros: em um ambiente de PIB desacelerando, juros ainda em 15%, energia mais cara e reformas em disputa, qualquer sinal de aumento de incerteza política é rapidamente precificado no câmbio, na curva de juros e no Ibovespa.

Do rali de fim de ano ao choque político: Flávio Bolsonaro em 2026 muda o preço do risco

O gatilho da mudança de humor veio da política. A confirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como seu candidato à Presidência em 2026 foi lida como um “divisor de águas” pelo mercado.

A notícia, antecipada pelo portal Metrópoles e depois confirmada por Valdemar Costa Neto e pelo próprio Flávio, gerou reprecificação quase imediata nos ativos locais.

Hoje, analistas do mercado preferem Tarcísio, vendo oposição dividida

Gestores e economistas hoje enfatizaram que o investidor via o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como o nome mais competitivo da direita, com maior probabilidade de construir alianças de centro e apresentar agenda de maior austeridade fiscal. A escolha de Flávio é vista como divisão da oposição a Lula e aumento da chance de manutenção da polarização, algo que tende a afastar capital estrangeiro e forçar prêmios mais altos em juros e câmbio.

Analistas como Rubens Cittadin Neto, da Manchester Investimentos, e Ricardo Pompermaier, da Davos Investimentos, destacam que a reação negativa tem menos a ver com “direita ou esquerda” e mais com a percepção de trajetória fiscal.

O mercado esperava que um candidato de centro-direita consolidado reforçasse compromisso com reformas e ajuste das contas públicas. A leitura agora é de mais incerteza sobre o rumo da política econômica a partir de 2027.

Dólar dispara e testa paciência do Banco Central

A aversão ao risco se traduziu rapidamente no câmbio. O dólar à vista, que chegou a trabalhar ao redor de R$ 5,29 no começo do dia, disparou para R$ 5,4346 no fechamento, em alta de 2,34%, voltando a operar acima de R$ 5,40. Na ponta de venda, a moeda chegou a R$ 5,455, acumulando valorização de 2,56% na sessão, embora ainda registre queda de 12,05% no ano. Notícia completa

Juros futuros sobem mais de 50 pontos-base

Na curva de juros, o movimento foi de “tarifa de risco” imediata. O DI para janeiro de 2028 saltou de 12,726% para 13,185% no fim da tarde, chegando à máxima intradiária de 13,275%, alta de 55 pontos-base. O contrato para janeiro de 2032 subiu de 12,971% para 13,485%, encostando na máxima de 13,570%, avanço de 60 pontos-base. Apesar disso, o mercado ainda embute cerca de 80% de chance de corte de 0,25 ponto na Selic já em janeiro, hoje em 15% ao ano.

Eleições, Congresso e STF elevam o ruído institucional

O pano de fundo político é ainda mais barulhento. No STF, o ministro Gilmar Mendes restringiu a abertura de processos de impeachment contra ministros da Corte à Procuradoria-Geral da República e elevou o quórum de autorização no Senado para dois terços.

A decisão provocou reação imediata de senadores como Davi Alcolumbre, Nelsinho Trad e Tereza Cristina, que falam em “interferência” nas prerrogativas do Legislativo e articulam mudanças na Lei do Impeachment.

Condenação de oficiais da PMDF e 8 de Janeiro

No mesmo tabuleiro institucional, a Primeira Turma do STF condenou cinco oficiais da PM do Distrito Federal por omissões ligadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. As penas somam 16 anos de prisão, com perda de cargo público, diante de prejuízos superiores a R$ 25 milhões. A percepção é que a Corte ficou mais rígida em temas ligados à democracia e mantém a política no centro do noticiário, algo sempre sensível para o preço dos ativos.

LDO aprovada e superávit em 2026, mas dúvidas seguem

No Congresso, a aprovação da LDO de 2026, com meta de superávit de R$ 34,3 bilhões e salário mínimo projetado em R$ 1.627, buscou sinalizar compromisso com o ajuste. O texto restringe criação de novos gastos obrigatórios e fundos, salvo em calamidade, e flexibiliza regras para pequenos municípios. Ainda assim, investidores seguem céticos com a capacidade de entrega do arcabouço em ambiente eleitoral e polarizado.

PIB fraco, juros em 15% e promessa de retomada

O diagnóstico da economia é que os números do PIB do terceiro trimestre de 2025 estão “andando de lado”. A alta de 0,1% frente ao trimestre anterior é considerada estabilidade pelo IBGE, com crescimento de 1,8% na comparação anual e avanço de 2,7% em quatro trimestres, para cerca de R$ 3,2 trilhões. Serviços e consumo das famílias atingem níveis recordes, mas a indústria ainda está 3,4% abaixo do pico de 2013.

Setores em ritmos diferentes, política monetária pesa

Indústria cresceu 0,8% no trimestre, com altas em extrativa, construção e transformação, enquanto o segmento de eletricidade, gás e saneamento recuou 1%. Serviços avançaram 0,1%, com destaques para transporte, informação e atividades imobiliárias. O consumo das famílias cresceu marginalmente 0,1%, o do governo 1,3%, a formação de capital fixo 0,9% e as exportações 3,3%, enquanto importações caíram 0,3%. O juro básico de 15% ao ano é apontado pelo IBGE como fator central para a desaceleração.

Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, a economia voltará a crescer com mais vigor em 2026, apoiada em queda da Selic e inflação em desaceleração, hoje em 4,68% em 12 meses, ainda acima do teto da meta de 4,5%.

Alckmin salientou que, de patamares de R$ 6,30 e R$ 5,60, o dólar havia recuado para a casa de R$ 5,30 antes da nova disparada, e comentou sobre os esforços para tirar produtos industriais brasileiros do tarifaço norte-americano de até 50%.

Energia elétrica mais cara pressiona inflação e renda

Outro vetor de preocupação é o custo da energia. A Aneel projeta reajuste médio de 7% nas tarifas em 2025, acima da inflação esperada, puxado pelo aumento do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético, que chega a R$ 49,2 bilhões.

Para 2026, a agência estima que as despesas da CDE podem alcançar R$ 52,7 bilhões, com destaque para subsídios à micro e minigeração distribuída e fontes incentivadas.

Enquanto isso, o CDE pesa no bolso e no IPCA. A expansão da CDE tende a pressionar o IPCA, reduzindo espaço para cortes mais agressivos de juros e exigindo maior disciplina fiscal para manter a trajetória de inflação sob controle.

A CDE financia tarifa social, Luz Para Todos, geração em áreas isoladas, incentivos a renováveis e compensações para consumidores que geram a própria energia. Na prática, é abastecida pela própria conta de luz, além de multas e recursos do Tesouro.

PIX Parcelado vira nova frente de disputa regulatória

Em outra frente, o Banco Central segue negociando com bancos as regras do PIX Parcelado. A modalidade, já oferecida por várias instituições, funciona como um crédito pessoal embutido no PIX: o recebedor tem o dinheiro à vista, e o pagador quita em parcelas mensais com juros. A ideia do BC é padronizar contratos, aumentar transparência de taxas e evitar superendividamento.

Pesquisa Matera mostra que 53% dos consumidores já usaram o PIX Parcelado, atrás apenas do cartão de crédito, com 77%. O BC vê potencial para atender cerca de 60 milhões de pessoas sem acesso a cartão, desde que a parcela final, mesmo com juros, seja menor ou igual à do parcelado “sem juros” no cartão. A comparação é sensível num mercado em que o rotativo do cartão ainda cobra algo como 445% ao ano.

Poupança perde quase R$ 91 bilhões no ano

O ambiente de juros altos e renda apertada segue corroendo a poupança. Em novembro, saíram R$ 2,857 bilhões líquidos, com saques de R$ 344,6 bilhões superando depósitos de R$ 342,75 bilhões. No acumulado de janeiro a novembro, a saída líquida chega a R$ 90,978 bilhões, com depósitos de R$ 3,84 trilhões e retiradas de R$ 3,93 trilhões.

Nos recursos da poupança direcionados ao crédito imobiliário (SBPE), novembro teve depósitos de R$ 296,6 bilhões e saques de R$ 297,2 bilhões, redução de algo próximo a R$ 0,5 bilhão.

No crédito rural, houve depósitos de R$ 45,14 bilhões e retiradas de R$ 47,48 bilhões, um saldo negativo de R$ 2,33 bilhões. Em 2025, a poupança destinada ao setor rural já acumula saída de R$ 23,51 bilhões, o que tende a restringir investimentos do agronegócio.

Petrobras reforça aposta no pré-sal em Mero e Atapu

A Petrobras (BOV:PETR4) fechou em queda de 3,4% hoje, a R$ 31,40. No front corporativo, a estatal ampliou o foco em ativos de alta rentabilidade no pré-sal. No leilão de áreas não contratadas da PPSA, a estatal, em consórcio com a Shell, arrematou a fatia de 3,5% da União no campo de Mero por R$ 7,791 bilhões, elevando sua participação para 41,40%. Em Atapu, comprou 0,95% por R$ 1 bilhão, passando a deter 66,38%.

O desembolso é bilionário, mas dentro do plano de negócios. O valor total da operação supera R$ 8,7 bilhões, com desembolso de R$ 6,97 bilhões previsto para dezembro de 2025 e assinatura dos contratos até março de 2026.

A Petrobras, por sua vez, afirma que as aquisições cabem confortavelmente na margem de 4% da projeção de produção do Plano de Negócios 2026–30 e seguem a diretriz de reforçar reservas em campos já conhecidos, reduzindo riscos exploratórios.

Itaú assume liderança de valor de mercado na B3

Em meio à volatilidade, o destaque positivo estrutural da Bolsa segue sendo o setor financeiro. O Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) consolidou-se como a empresa mais valiosa da B3, superando a Petrobras. Em 28 de novembro, o banco fechou valendo R$ 426,9 bilhões, cerca de R$ 5 bilhões acima dos R$ 421,5 bilhões da estatal. Até 4 de dezembro, ampliou a distância para R$ 443,1 bilhões, contra R$ 432,9 bilhões da petroleira.

O mercado enxergou o movimento como menos dependência de commodities, e mais fluxo defensivo. Desde outubro, as duas companhias tomaram caminhos opostos: a Petrobras perdeu R$ 57,4 bilhões em valor de mercado, impactada por queda do petróleo e ruído político, enquanto o Itaú ganhou R$ 161,9 bilhões, sustentado por resultados mais previsíveis e menor exposição a fatores externos.

Em escala global, o Itaú já figura como a 245ª companhia mais valiosa do mundo, em ranking que inclui nomes como Scotiabank e Moody’s.

Na disputa doméstica, o Itaú também alterna a liderança com o Nubank. A fintech já chegou a US$ 76,97 bilhões e, em maio, valia cerca de R$ 297 bilhões após lucro trimestral de US$ 378,8 milhões, superando temporariamente o Itaú. Hoje, o banco tradicional retoma a ponta, com aproximadamente US$ 86,3 bilhões, seguido de perto pelo Nubank, com R$ 85,5 bilhões, e pela Petrobras, com R$ 83 bilhões.

Mercados internacionais: Europa e EUA ajudam, mas não salvam o humor local

No exterior, o ambiente foi mais construtivo. Na zona do euro, o PIB cresceu 0,3% no terceiro trimestre, acima da leitura preliminar de 0,2%. As bolsas europeias fecharam sem direção única, mas o DAX, em Frankfurt, subiu 0,66%, para 24.038,71 pontos, com alta semanal de 1,14%. Londres recuou 0,45%, Paris perdeu 0,09% e outras praças oscilaram em margens estreitas. Fechamento europeu

Na Ásia, os mercados subiram, com exceção do Japão. Enquanto o Nikkei 225 recuou 1,1%, o índice Shanghai SE fechou em alta de 0,7%, o índice Hang Seng fechou em alta de 0,6%, índice ASX 200 subiu 0,19%, e o índice Kospi foi o grande destaque positivo da região, subindo 1,8%. Fechamento asiático

Nos EUA, o PCE subiu 0,3% em setembro, acumulando 2,8% em 12 meses, enquanto o núcleo avançou 0,2%, em linha com as expectativas. A pesquisa de confiança da Universidade de Michigan mostrou melhora do índice de 51 para 53,3 pontos, mas com consumidores ainda preocupados com preços altos e mercado de trabalho frio. As expectativas de inflação para um ano caíram para 4,1% e, para cinco anos, para 3,2%.

Os Treasuries de dez anos subiram ligeiramente, com rendimento em torno de 4,139%, à medida que investidores ajustam apostas para a decisão do Federal Reserve na próxima semana. A ferramenta FedWatch indica cerca de 87,2% de probabilidade de corte de 0,25 ponto, levando a taxa para a faixa de 3,75% a 4,00%. No Brasil, uma postura mais branda do Fed tende a reforçar o cenário de cortes graduais na Selic em 2026, mas a política doméstica pode limitar o benefício.

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