No dia em que o Itaú Unibanco informou lucro líquido de R$ 26,2 bilhões em 2015, o presidente da instituição, Roberto Setúbal, afirmou que “todos perdem com a atual recessão econômica, inclusive os bancos”. Questionado se o banco lucrou com a crise, diante do forte avanço do Itaú nos últimos 12 meses, o executivo disse que o banco refletiu estratégias anteriores a 2015, em termos de melhorias, eficiências e reposicionamento de riscos.
Além disso, o executivo lembrou que “diferente de outros setores, que executam perdas de receita imediatas, os bancos demoram mais para verificar uma desaceleração, há uma inércia maior de receita”, detalhou. Na semana passada, o Bradesco também divulgou lucro de R$ 17,8 bilhões em 2015, seguido pelo Santander, que registrou ganhos R$ 6,62 bilhões no mesmo período.
Na visão de Setubal, a inadimplência ainda deve subir “mais um pouco” em função da recessão deste ano, mas já há um consenso de que o Brasil precisa de reformas. “Nossas despesas estão subindo numa velocidade maior do que o PIB (Produto Interno Bruto) e precisamos de ajustes”, afirmou, defendendo um ajuste fiscal. O banco vê um recuo de 3,9% da economia brasileira em 2015 e de 2,8% para este ano.
Crédito
Com a demanda por crédito mais fraca, ligada à retração da atividade econômica local, Setubal destacou como principais oportunidades de crescimento para a carteira do Itaú o financiamento de exportações e o setor agrícola, especialmente para expansão de áreas plantadas. Pessoa física e imobiliário, por sua vez, devem continuar estáveis, sem aumentos significativos.
Sobre o recente anúncio de expansão de crédito por parte do governo para tentar estimular a economia, o presidente do Itaú disse que os números são muito menores do que em momentos passados, “dentro de uma realidade de tentar contribuir para que a situação não se agrave”, ao mesmo tempo em que um ajuste fiscal é discutido.
Ele também apoiou a decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa de juros em 14,25% ao ano. “Não vejo a necessidade de aumentar os juros agora para segurar a inflação, acredito que os preços devem cair naturalmente, para o centro da meta, por conta da demanda mais fraca”, explicou.
Sucessão
Setubal garantiu ainda que seus planos já anunciados de saída do comando do banco no fim deste ano não foram alterados por conta do cenário econômico mais desafiador para o banco no país.
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