A atividade econômica em 2015 apresentou o pior desempenho já registrado pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve queda de 4,08% no ano passado, o pior resultado da série histórica, que tem início em 2003. O segundo pior resultado ocorreu em 2009, período de crise econômica mundial, quando houve retração de 1,71%. Em 2014, comparado com o ano anterior, a queda ficou em 0,15%, de acordo com dados revisados divulgados hoje pelo BC.
Queda generalizada
A queda da atividade foi generalizada em 2015, afirma o Banco Fator. A indústria teve recuo de 8,2% no ano, o varejo restrito, 4,3%, o varejo ampliado (que soma veículos e materiais de contruçã0) caiu 8,6% e o volume no setor de serviços perdeu 3,6%. As perspectivas para 2016 continuam com tendência negativa e não há sinais evidentes de reversão da recessão atual, diz o banco.
Segundos dados do BC, no último trimestre do ano comparado com o terceiro trimestre, houve queda de 1,87%, de acordo com os dados dessazonalizados (ajustados para o período). Em relação ao quarto trimestre de 2014, a queda foi maior: 6,34% nos dados sem ajustes, já que a comparação é entre períodos iguais.
Em dezembro, o IBC-Br também registrou retração de 0,52 %, na comparação com novembro. Comparado a igual mês de 2014, o recuo ficou em 6,51%.
Queda no PIB de 4% em 2016
Após a divulgação do IBC-BR, é possível estimar uma queda no PIB de 2016 ao redor de 4%, avalia o economista Pedro Paulo Silveira. Considerando uma queda no último trimestre de 2015 de 2,86%, o ano já começa com um impacto residual de -2,23% mesmo que todos os trimestres de 2016 mantenha estabilidade. Com mais duas quedas trimestrais em 2016, seguidas de altas modestas, cenário esperado pelo economista, a retração do PIB chegaria a 3,96% em 2016.
Já para 2017, Silveira espera uma melhora das expectativas por conta da eleição presidencial, e boa parte dos elementos da crise política atual, como impeachment, Operação Lava Jato, disputa com o presidente da Câmara Eduardo Cunha, terão desaparecido. Ele estima um crescimento de 1,5% do PIB em 2017.
Sem sinais de recuperação
A projeção de Silveira coincide com a do Itaú Unibanco, que espera queda de 4% do PIB neste ano, mesmo percentual esperado para o ano passado. Já MCM Consultores observa que o quadro para janeiro continua desanimador, com recuo das vendas no varejo ampliado em função da fraca venda de veículos, além de novas pioras para a produção industrial e da receita real do setor de serviços, que vêm piorando nos últimos meses. Assim, a consultoria espera que o IBC-BR mantenha a tendência de queda, sem sinais de recuperação.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária.
O indicador oficial sobre o desempenho da economia é o Produto Interno Bruto (PIB), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No dia 3 de março, o IBGE vai divulgar o resultado do PIB de 2015.
Com informações da Agência Brasil.