O banco francês BNP Paribas (EU:BNP) revisou para baixo suas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este ano. A instituição aguarda uma retração de 4% da economia local no período, ante uma projeção anterior de 3,2%, segundo o economista-chefe do banco para a América Latina, Marcelo Carvalho. Para 2017, as expectativas de Carvalho são de que o PIB fique estagnado, com crescimento perto de zero.
“A queda acumulada da economia do ano passado e de 2016 deverá somar 8 pontos percentuais, um número inédito na economia brasileira. Entre os anos 1930 e 1931, a única vez em que o Brasil teve dois anos de recessão consecutivos, o país encolheu 5%, agora vamos para os 8%, uma recessão sem precedentes”, alerta o economista.
Ele aponta que três fatores foram responsáveis pela atual situação brasileira: o cenário de desaceleração global, que afetou os preços das commodities; o choque interno causado por decisões de política monetária equivocadas tomadas ao longo dos últimos anos; e, finalmente, os desdobramentos da Lava Jato, que embora tragam a esperança de um ambiente muito melhor em governança corporativa, ainda têm impactos negativos sobre os setores de petróleo e construção civil, por exemplo.
Inflação de 8% e dívida de 80% do PIB
Na avaliação de Carvalho, a inflação deve ceder menos do que o indicado pelo consenso de mercado este ano, de 7%, ainda acima do teto da meta de 4,5% e do teto de tolerância do Banco Central (BC), de 6,5%. Ele estima que o IPCA fechará o ano com alta de 8%, ainda pressionada.
“O BC está numa encruzilhada do ponto de vista da política econômica, que não permite muitas aventuras de redução de juros e caso isso ocorra ele (BC) terá de subir as taxas lá na frente, para recuperar a credibilidade arranhada nos últimos anos”, explica. A estimativa do BNP também é de que a dívida pública bata os 80% em relação do PIB nos próximos anos.
Mundo mais fraco
Também menores, as projeções do BNP para o crescimento global passaram de 3,2% para 3% em 2016, e de 3,6% para 3,3% em 2017. Na economia americana, a equipe de Carvalho vê uma desaceleração econômica significativa e até risco de recessão. Para eles, o crescimento do PIB americano será de 1,8% este ano e de 1,5% no próximo ano, o que deve levar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) a deixar os juros estáveis por mais tempo, precisamente, até o fim de 2017.
Na zona do euro, o cenário previsto pela instituição também é de crescimento lento, menor do que nos EUA, e que deverá forçar o Banco Central Europeu (BCE) a seguir com o afrouxamento da política monetário do bloco nos próximos meses. Por lá, o PIB deverá crescer 1,3% este ano e 1,4% em 2017.
Em relação à China, o quadro é de desaceleração com um PIB de 6,4% em 2016 e 6,1% em 2017. De acordo com Carvalho, o país passa agora por um rebalanceamento de sua economia, trocando seus fortes investimentos por uma participação maior do mercado doméstico, que demandará mais materiais importados no futuro.
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