Puxado pelas baixas das ações do Itaú Unibanco, da Vale e da Petrobras no Brasil, além das fortes perdas no exterior, o Índice Bovespa recuou 4,87%, para 38.596 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 6,4 bilhões, novamente inferior à média de R$ 7,3 bilhões de 2015.
De acordo com dados preliminares da BM&FBovespa, os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú perderam 7,85%, mesmo depois do banco informar lucro líquido de R$ 26,2 bilhões no ano passado. O movimento de queda da instituição foi seguido por Bradesco PN, 3,41%, pelas ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil, 6,29%, e pelas units (recibos de ações) do Santander, 5,81%. Com o petróleo em queda, Petrobras ON e PN também caíram 7,29% e 8,05%, respectivamente.
Por aqui, a produção industrial brasileira fechou 2015 com retração acumulada de 8,3%. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a indústria também registrou queda (0,7%) em dezembro de 2015, na comparação com novembro. Além disso, a presidente Dilma Rousseff disse aos senadores e deputados que pretende discutir com o Congresso Nacional a criação de um “limite global” para o crescimento do gasto público e que será necessário adotar “uma margem de flutuação do resultado fiscal para acomodar sua volatilidade”.
Cemig perde 21% e Natura ganha 1%
Tirando Petrobras, as piores baixas do Ibovespa foram de Cemig PN, 21,05%, Vale ON, 9,47%, e Vale PNA, 9,38%. Na contramão, os únicos avanços do indicador ficaram com Natura ON, 1,03%, Gerdau Metalúrgica PN, 0,87%, Cyrela ON, 0,68%, e CSN ON, 0,53%.
Estrangeiros reduzem saída da Bovespa em janeiro para R$ 167 milhões
Os investidores estrangeiros, que chegaram a retirar quase R$ 2 bilhões da Bovespa durante janeiro, aumentaram as compras no fim do mês e reduziram o saldo negativo para R$ 167 milhões até dia 29. A recuperação veio com a retomada do Ibovespa, que chegou a cair para 37.497 pontos no dia 26, mas depois recuperou-se para fechar janeiro em 40.405 pontos.
EUA e Europa recuam forte; petróleo perde mais 4%
Em dia de forte aversão ao risco e aumento da procura por títulos do governo americano, os principais índices de ações do país caíram. Próximo do horário de fechamento, o Dow Jones ainda recuava 1,89%, assim como o S&P 500, 2,08%, e o índice da Nasdaq, 2,21%. No mesmo sentido, na zona do euro, o Stoxx 50 recuou 2,29%, seguido pelo britânico Financial Times, 2,28%, o francês CAC, 2,47%, e o alemão DAX, 1,81%.
Uma vez mais, o petróleo WTI, negociado em Nova York, teve desvalorização de 4,84%, para US$ 30,09, acompanhado pelo barril do tipo Brent, de Londres, 3,68%, para US$ 32,98. Os preços da commodity reagiram hoje aos comentários de fontes de Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que a maior parte do grupo não apoia a realização de uma reunião em junho para discutir um possível corte na produção, proposta feita pela Venezuela, Argélia, Nigéria e Equador.
Juros avançam; dólar sobe para R$ 3,99
Em meio às significativas oscilações do mercado, as projeções de juros futuros fecharam em alta. Para 2017, as taxas passaram de 14,40% ao ano para 14,46%. Os negócios válidos até janeiro de 2018 tiveram taxas de 15,06%, ante projeção de 14,88% ontem. Por fim, as projeções para 2021 subiram de 15,63% para 15,90%. Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,65%, para R$ 3,99, e o dólar turismo caiu 0,47%, vendido a R$ 4,19.