Apesar de ver como positivo o corte de cargos gerenciais anunciados hoje pela Petrobras (BOV:PETR3 e BOV:PETR4), que deve garantir à companhia uma economia de R$ 1,8 bilhão por ano, o Credit Suisse considerou a iniciativa insuficiente para sustentar os recentes preços das ações.
Em relatório enviado aos seus clientes, o banco suíço lembra que, embora os esforços sejam significativos e na “direção certa”, a redução de custos prevista não é suficiente diante da atual situação da estatal. O CS recomenda a “venda” dos papéis da Petrobras com preço-alvo do ADR (American Depositary Receipts, recibos de ações estrangeiras negociadas nos Estados Unidos) de US$ 2, que é composto por duas ações, ou seja, cada ação está sendo avaliada a US$ 1 ou R$ 3,59.
Em reunião, o Conselho de Administração da empresa aprovou um corte 43% das 5,3 mil funções de gerência de áreas não operacionais, fatia maior do que a prevista anteriormente, de 30%. De acordo com os cálculos do CS, a economia necessária para dar fôlego à Petrobras seria de US$ 4,5 bilhões entre 2016 e 2020, o que na avaliação do próprio banco, trata-se de um desafio.
Os analistas Andre Natal e Regis Cardoso apontam, no entanto, que os principais executivos da petroleira continuam com seus cargos. São eles: Aldemir Bendine como presidente, Ivan Monteiro como diretor financeiro, Solange Guedes como diretora de exploração e produção, João Elek como diretor de governança, risco e compliance, Jorge Celestino com a pasta de refino e de gás natural, Roberto Moro com a área de engenharia, tecnologia e materiais, e Hugo Repsold como diretor de gás e energia.
A empresa ainda anunciou uma mudança na chefia de relações com investidores, agora sob responsabilidade de Isabela Mesquita.