Pela quinta vez consecutiva, o Banco Central (BC) deixou de aumentar os juros básicos da economia brasileira. De forma não unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Taxa Selic em 14,25% ao ano. Dessa forma, o órgão manteve o ritmo do aperto monetário iniciado na reunião de 30 de Outubro de 2014, a primeira após a reeleição da Presidente da República Dilma Rousseff. Nessa reunião – e nos seis encontros seguintes – a autoridade monetária reajustou a taxa básica de juros em 0,50%. O ciclo de alta cessou na reunião encerrada em 02 de Setembro de 2015, com a manutenção da Taxa Selic em 14,25% ao ano.
A Taxa Selic é o principal instrumento do BC para tentar manter a inflação oficial, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), o centro da meta de inflação corresponde a 4,50%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais, podendo variar entre 2,50% (piso da meta de inflação) e 6,50% (teto da meta de inflação) sem que a mesma seja formalmente descumprida.
Nos últimos seis anos, no entanto, a inflação ficou bem distante da meta central estipulada pelo CMN, e bastante próxima do limite máximo de 6,50% do sistema de metas brasileiro. Em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015, respectivamente, a inflação somou 5,91%, 6,50%, 5,84%, 5,91%, 6,41% e 10,67%.
A Taxa Selic é utilizada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.
Se os juros estão elevados, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais alto. Essa situação deixa a economia com menos força. O lado bom é que investimentos baseados em juros são beneficiados e rendem mais para o aplicador.
Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria consegue produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.