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Governo "aniquilou a ética", diz líder do PSDB no plenário do Senado

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Em discurso nesta sexta-feira (4) na tribuna do Senado, o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), disparou críticas ao governo da presidenta Dilma Rousseff, após a deflagração da 24ª fase da Lava Jato, Operação Aletheia. “O governo Dilma acabou. O governo Dilma acabou não só com as esperanças a curto prazo do povo brasileiro, mas mutilou a verdade, aniquilou a ética, destruiu concepções de governabilidade com transparência, com tudo que vem sendo revelado nos últimos anos. Este é um processo longo, extenso, de revelações estarrecedoras”, avaliou.

O tucano afirmou que o país foi dormir perplexo com o conteúdo da suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e acordou ainda mais assustado com as notícias de que a Polícia Federal iniciou a nova fase da Operação Lava Jato na casa do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, em São Bernardo do Campo (SP).

Também no plenário, outro senador, José Medeiros (PPS-MT) rebateu a comparação feita por integrantes do PT de que o ex-presidente Lula seria um preso político. “O grande artífice disso tudo foi ele. Digo isso para quebrar o atual discurso de aliados de tentar plantar na mídia a ideia de que a prisão é política e de que neste momento Lula é um preso político. Isso é de uma irresponsabilidade muito grande porque não é verdade. Lula foi a maior liderança política dos últimos tempos do Brasil. Mas o responsável por sua ascensão e queda é ele mesmo. Não é a oposição, não é a polícia, não é o Ministério Público” disse.

Delcídio

O parlamentar também criticou a tentativa do PT de desqualificar o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) depois que a revista Isto É publicou conteúdo de sua suposta delação premiada. “É um contrassenso, pois Delcídio era o líder até pouco tempo e homem forte dentro do partido. O governo estava muito satisfeito com a atuação e credibilidade dele. E de um dia para outro tudo mudou”, questionou o senador.

PSB

No fim da manhã, o PSB divulgou nota na qual diz que o Brasil convive, nos últimos anos, com uma das piores crises do período republicano. “Desde a sua eleição, o que vemos é que o governo da presidenta Dilma Rousseff perdeu a credibilidade e a capacidade de governar, impondo graves consequências para o nosso povo que, desde então, sofre com a recessão, a carestia, o desemprego, uma crise social que deve ser solucionada por um governo legítimo”, diz o documento assinado pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.

Ainda segundo a nota, os acontecimentos dos últimos meses evidenciam um quadro de deterioração ética fora do comum e que leva o PSB a se posicionar definitivamente como oposição, o que deverá ser confirmado pela Executiva Nacional.

Defesa

Sem a presença de senadores petistas na Casa, coube ao ex-senador e atual governador do Piauí, Wellington Dias, defender o governo e o ex-presidente Lula. Em visita ao Senado, Dias criticou a atuação do juíz Sérgio Moro. “Um juiz que precisa usar linhas arbitrárias como essas, na verdade é porque lhe falta competência. Com tudo que há de instrumento hoje é preciso usar instrumentos da ditadura que nada tem a ver com a democracia para poder arrancar provas. É isso que acho que a gente tem que condenar”, disse sobre a condução coercitiva de Lula para prestar novos esclarecimentos.

O governador também defendeu a presidenta da República. “É uma presidenta eleita pelo voto popular. Os adversários que nos enfrentaram e foram derrotados em 2002, foram derrotados em 2006 , em 2010 e em 2014 e percebendo que não há espaço para ganhar no voto, agora querem ganhar no ‘tapetão’, com falsas regras no jogo, isso a democracia não vai aceitar”, disse.

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