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Governo terá de vender a alma para evitar impeachment na Câmara, afirma cientista político

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Depois de “queimar” suas relações com aliados, tendo o Senado apenas como arena política e não mais arena de salvação, só resta ao governo agora negociar o impeachment da pior forma possível com a Câmara dos Deputados, segundo análise do cientista político, consultor da 4E e professor do Insper e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Humberto Dantas.

“A oposição clara tem 120 votos e a situação, hipoteticamente fiel ao governo, tem mais 100 votos. O processo sobre a possível saída da presidente está nas mãos de partidos como PMDB, PSD, PR, Progressista e PRB”, explica. Segundo ele, a grande questão está em quanto o governo está disposto a “pagar” para evitar um resultado negativo. Além disso, há o risco de ser tarde demais, já que o PMDB parece estar saindo do governo e arrumando novos parceiros como o PSD. Para Dantas, o país depende nesse momento “do que há de pior entre partidos políticos”.

PMDB e PSD, uma parceria antiga

É comum que os partidos conversem num momento de tensão como o atual, diz Dantas, mas chama a atenção que o PMDB e o PSD já disputaram juntos nove Estados brasileiros, ou seja, um terço dos governos do Brasil em 2014, sendo um deles, São Paulo.

O cientista político aponta que há boatos de que Gilberto Kassab, do PSD, já estaria negociando sua permanência no Ministério das Cidades com o PMDB em um provável pós-Dilma. A pasta é fundamental com a proximidade das eleições municipais, enquanto o PMDB mira uma candidatura em SP, com Andrea Matarrazzo como vice ou candidato principal para bater João Doria, do PSDB.

“Parece que ‘perceberam’ que o impeachment irá prosperar e ‘almoçam’ ou ‘jantam’ com outros partidos ‘para não morrerem de fome’”, diz. “Não é a toa que esses partidos nanicos foram os que mais cresceram e que mais políticos trocaram de sigla nos últimos anos”, lembra.

Uma recuperação do PT para 2018

De acordo com o cientista político, dificilmente o PT conseguirá reverter as fortes perdas que sofreu nos últimos anos e chegará sem força nas eleições de 2018, com ou sem Lula. “Alguns termômetros menores já mostram que o partido não deverá levar muitas prefeituras”, diz Dantas. De acordo com levantamento feito por ele, quando observadas 21 capitais de agosto do ano passado até fevereiro desse ano, o PT não lidera em nenhuma. “Ou seja, acabou.”

Atualmente, o PT adota o discurso da vitimização, mesmo que isso custe a perda de parte dos militantes. “Caso ele (PT) perca a Presidência, o partido deverá dar uma nova ‘guinada à esquerda’, tentará reformar suas bases, depois amargar uma forte sensação de golpe”, diz. Sobre a afirmativa de que Lula e o PT estejam passando por uma perseguição organizada pelos setores mais conservadores da sociedade, Dantas conta que consegue enxergar diferenças nos tratamentos dados pela Justiça e pela mídia aos petistas, mas não consegue concordar com a ideia de um PT “bonzinho”, totalmente inocente.

Os tropeços de Dilma

Diante de um quadro político tão complexo e negativo para o governo, fica difícil acreditar que a gestão da presidente Dilma já foi considerada boa ou ótima por dois terços dos brasileiros.  No entanto, “ela não soube articular politicamente”, avalia Dantas.

Sem contar as questões econômicas, o governo cometeu erros assombrosos de articulação política e que agora, somados a uma economia ruim e a um ativismo incomum do Judiciário, impedem que o PT conquiste o apoio de partidos políticos mais fortes.

Na avaliação do professor, os problemas da presidente com sua base aliada foram escancarados pelo falecido Eduardo Campos, do PSD, no início do primeiro mandato com queixas de que o PT repassava todos os cargos para o PMDB. “Em meio a uma porção de partidos desiguais, todos tinham um ministério, enquanto o PMDB levava mais cargos”, afirma.

Na análise de Dantas, aquele era o momento em que a presidente deveria ter feito uma reforma, a fim de tentar conter a distância do que ela havia prometido aos aliados e do que estava fazendo. Na contramão, sem o apoio da base, ela lançou uma reforma ministerial, corte do próprio salário e revolução da administração pública, com cortes de cargos comissionados em outubro de 2015.

Lógica avacalhada

Por fim, com um governo míope, o PT resolveu lançar seu próprio candidato à Câmara dos Deputados, contra o nome do seu principal partido aliado, Eduardo Cunha, do PMDB, o que Dantas chamou que a “avacalhação de qualquer lógica”. “Cunha, que é questionável sob qualquer ponto de vista, falava muito contra o governo, mas votada tudo a favor”, detalha. “Desde que o governo quis enfrentar um aliado que faz de tudo para ganhar e conhece de perto as regras da casa, ele (governo) vive um verdadeiro inferno, colhendo seus atrasos”, completa.

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