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HORA DO PACTO!

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Recentemente, estava numa aula discutindo com meus alunos as possíveis saídas para a difícil situação em que se encontra o Brasil. Um aluno, com o bom humor peculiar dos jovens, emendou: “Existem duas, professor: Galeão e Cumbica”.

Brincadeiras à parte, o quadro é de extrema gravidade. Não me recordo, em quase 30 anos de profissão, de período tão adverso – em termos econômicos – e tão complexo – em termos políticos. Tentando fazer um paralelo, a era Collor pode ser considerada “fichinha” perto do que ocorre atualmente. Assim sendo, só consigo enxergar uma única solução para “matar dois coelhos com uma só cajadada”: fazer um pacto de união nacional, que resulte em acordo amplo entre os políticos e a sociedade civil.

Minha sugestão é incentivada pelo artigo de Fernando Henrique Cardoso, no Globo de 06/03/2016, onde o ex-presidente sugere que nosso sistema político está falido. FHC inicia seu texto afirmando que não é somente Dilma ou o PT, mas que todo o sistema gangrenou. Se essa análise estiver correta (como eu acredito que esteja), está mais do que na hora dos “grandes homens públicos” emergirem e se mostrarem, de fato, GRANDES, acima dos interesse partidários (muitas vezes mesquinhos), para que reergamos nosso país. Caso contrário, a situação pode nos fazer retroceder, sob todos os aspectos.

Sinceramente, não tenho nenhuma expectativa real que tal pacto possa ocorrer. É uma quimera de minha parte, admito. Não enxergo ambiente político, pois, desde a campanha de 2014, o clima no país é de arquibancada, à lá Fla x Flu ou Corinthians x Palmeiras. A hostilidade entre os que defendem o governo da presidente Dilma/PT e os opositores está mais latente do que nunca, sobretudo depois da 24ª etapa da Lava-Jato (Aletheia), que teve como foco principal o ex-presidente Lula e seus familiares.

Meu temor, compartilhado por alguns cientistas políticos (eu não sou um deles!) é de que os ânimos, de tão exaltados que estão, possam levar a um verdadeiro conflito entre “nós e eles”, com consequências imprevisíveis. Diante de um quadro político e econômico como o atual, agravado pelo psicológico de muitas pessoas que estão desempregadas e enfrentando dificuldades no seu dia a dia, uma batalha “entre irmãos” é um cenário não desprezível, o que nos levaria a uma convulsão social sem precedentes em nossa história. Daí esse meu apelo ao Pacto Nacional, para evitarmos uma catástrofe.

Não tenho dúvidas de que o fiel da balança nesse processo é o PMDB. O partido, que dá base de sustentação ao governo, tem tido uma posição dúbia: fica naquele popular “morde e assopra”, que não ajuda. É hora de pender a balança para um dos lados e definir o que querem. Não adianta ficar dizendo que em 2018 terão candidato. 2018 está longe demais, o país não suportará a situação do jeito que está até lá sem um esgarçamento social irreversível.

Assim sendo, precisamos de serenidade! O momento exige grandeza, onde prevaleçam os interesses do país. Os que cometeram delitos devem ser punidos, independentemente de status. Não adianta defender que, se todos roubaram, nós também podemos roubar. Tampouco é hora de chamar para a guerra, como algumas entidades vem conclamando seus afiliados.

Para finalizar, depende de nós a reversão desse ambiente soturno, por vezes colérico. Como temos acompanhado, nossas instituições estão fortalecidas e, com ajuda delas, podemos virar essa página triste de nossa história. Mas não podemos virá-la com sangue nas mãos!

Alexandre Espirito Santo, Economista da Órama e prof. do IBMEC-RJ

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