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Passeata em Fortaleza relembra consequências do golpe militar de 1964

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O aposentado Geraldo Costa, 77 anos, não caminhava junto com os manifestantes que  denunciam uma tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. De pé e sozinho na Praça José de Alencar, no Centro de Fortaleza, ele exibia uma placa que dizia: “Golpe? Basta aquele que calou a nossa voz e arrebatou os nossos direitos.”

A frase da placa expressa o que ele viveu durante o período do regime militar, entre 1964 e 1985. Funcionário público e escritor, Geraldo ficou preso por 86 dias, acusado de ser subversivo e comunista.

“Tomei a decisão de vir aqui denunciar as consequências do golpe militar à juventude que ainda não conhece o tema. É uma forma de me vingar. Enquanto estiver na minha verticalidade, vou dizer que o golpe que querem dar agora é civil e nós repudiamos esse acinte à sociedase brasileira.”

A atitude de Geraldo no ato em defesa da democracia na capital cearense foi uma das referências ao aniversário do golpe militar. Na concentração e durante a caminhada, placas exibiam fotos e nomes de presos e desaparecidos.

O médico Manoel Fonseca, 70 anos, também foi vítima do regime militar. Ele e a esposa passaram 2 anos presos, foram torturados e os filhos sequestrados.

“Existe uma similaridade entre o golpe militar e o momento que vivemos hoje, porque querem quebrar a legalidade. Não queremos que as novas gerações passem por isso também. Estamos lutando de novo pela liberdade e pela democracia.”

Fonseca faz parte do coletivo Médicos pela Democracia, que reúne cerca de 150 pessoas e é um dos grupos de profissionais organizados que afirmam que a tentativa de impeachment da presidenta Dilma Rousseff é um golpe contra o governo.

Manifestacao em Fortaleza

Manifestacao em FortalezaEdwirges Nogueira/Agência Brasil

A concentração do ato contra o impeachment em Fortaleza começou na Praça da Bandeira e a caminhada percorreu as ruas do Centro até chegar à praça do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema, próximo à orla da Beira Mar.

A estudante de publicidade Deyzziane Rabelo, 20 anos, exibia o cartaz “O pião (sic) virou bacharel”, numa referência ao acesso à educação superior por meio de programas criados durante as gestões do PT na Presidência da República.

“Meus tios passaram muita dificuldade para estudar, pois estudaram no interior a vida toda e não conseguiram ingressar na Universidade Federal do Ceará. Começaram a trabalhar, mas sempre com a vontade de fazer um curso superior. Hoje, eles fazem faculdade graças às oportunidades do governo Lula.”

Militantes do PSOL também participaram da manifestação. A presidente do diretório do Ceará, Cecília Feitosa, enfatizou a oposição do partido ao governo Dilma Rousseff, mas reitera que a legenda defende as liberdades democráticas.

“Por um lado, lutamos contra essa ofensiva da direita conservadora, que flerta com o facismo e que tem saídas violentas e autoritárias. No entanto, afirmamos também que não somos a favor desse governo e vamos ocupar as ruas contra as medidas de ajuste fiscal, contra a política ambiental, porque o governo apostou numa política que destrói os recursos naturais e não implementa a reforma agrária.”

A Polícia Militar do Ceará estimou em 10 mil o número de manifestantes em Fortaleza.

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