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Queda do PIB de 2015 deixa herança maldita para este ano

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A queda do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas pelo país) no ano passado, de 3,8%, um dos piores resultados da história do país, não surpreendeu ninguém no mercado, mas trouxe uma mensagem muito ruim para este ano. O PIB do quarto trimestre caiu 1,4% em relação ao trimestre anterior.

A primeira mensagem é o efeito estatístico, pela queda nos dois últimos trimestres, e que fará o PIB deste ano começar já com 2% de baixa, explica Evandro Buccini, economista da Rio Bravo Investimentos. “Mesmo que tudo mudasse, que houvesse uma mudança política, como o mercado começou a especular hoje, dificilmente o ano fecharia no azul”, diz, referindo-se à reação do mercado às denúncias apresentadas pelo senador Delcídio Amaral, do PT, contra a presidente Dilma Rousseff, e que devem dar nova força ao processo de impeachment.

Outra mensagem ruim do PIB de 2015 para este ano foi a queda nos investimentos. A formação bruta de capital no ano ficou em média em 17,7% do PIB, a menor desde 2006 e inferior aos 19,4% de 2015, que já é baixa para garantir o crescimento futuro do país. A taxa de investimento representa o que as empresas estão gastando para aumentar a produção, ou seja, representa o crescimento futuro do PIB. Quanto menor, pior o desempenho futuro da economia. Buccini diz que essa taxa chegou a 22% do PIB em 2010 e caiu para cerca de 20% nos anos seguintes, até despencar no ano passado.

A esse dado se junta outro sinal ruim, a taxa de poupança do país. É ela que vai proporcionar os recursos para os investimentos das empresas. O Brasil é um país de poupança interna baixa, por isso investe pouco e cresce pouco. Pois no ano passado, a poupança tanto das famílias quanto do governo caiu para 14,4% do PIB, ante 15,3% em 2014, o menor nível desde 2000. A diferença entre o investimento e a taxa de poupança é complementada com recursos do exterior, o que explica o déficit de contas externas do país, diz Buccini. “Por isso o país precisa exportar mais para reduzir o déficit externo e fechar o gap de poupança”, afirma.

O economista observa ainda que o PIB no último trimestre caiu 5,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Mas, como o setor externo, ou seja, as exportações contribuíram com um crescimento de 4,6% do PIB, a economia brasileira mesmo, chamada de absorção interna, sem a ajuda do exterior, teria apresentado uma queda de 11% no último trimestre em relação ao mesmo trimestre de 2014.

Diante desses indicadores, Buccini diz que uma melhora da economia para este ano depende de uma mudança política, que aumente a confiança dos consumidores e dos empresários e aumenta a atração de investimentos estrangeiros e locais. “Um exemplo disso é a Argentina, que de uma hora para outra, com a mudança de governo, passou a viver uma onda de investimentos e de melhora de perspectivas”, diz. Mas, mesmo com uma mudança, não dá para reverter a queda do PIB neste ano. “Se tiver saída rápida, a economia poderia parar de piorar, mas não há como reverter os 2% de carry over”, explica Buccini. “E o processo não será rápido, pode levar meses”, diz.

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