ADVFN Logo ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for default Cadastre-se gratuitamente para obter cotações em tempo real, gráficos interativos, fluxo de opções ao vivo e muito mais.

BC anuncia leilão de swap para comprar US$ 4 bi amanhã, mas dólar segue em baixa

LinkedIn

O Banco Central (BC) anunciou no início da noite que vai oferecer amanhã em leilão logo cedo, às 9h30, mais 80 mil contratos de swap cambial reverso, que equivalem à compra de dólar do mercado. O valor total dos contratos é de US$ 4 bilhões, metade do que o BC vendeu hoje em cinco leilões e o dobro do que foi oferecido no primeiro leilão do dia, 40 mil contratos, ou US$ 2 bilhões.

A atuação de hoje foi uma das maiores do BC em um único dia para impedir a valorização do real e evitar uma queda do dólar, que prejudicaria os exportadores. Ao dobrar a oferta já no primeiro leilão, o BC demonstra que não está disposto a permitir que o dólar caia abaixo dos R$ 3,50, como fez hoje, e que tem munição para comprar moeda indiretamente.

Hora boa para comprar dólar

Para o especialista em câmbio Sidney Moura Nehme, o BC menosprezou a força do mercado e esperava uma melhora do quadro pró-Dilma. “Agora vai precisar tentar enxugar a liquidez excessiva que criou com a manutenção de rolagem de swaps quando saíam bilhões do país”, diz o presidente da NGO Câmbio. Para ele, o Ibovespa está em um ponto bom para vender e o dólar, para comprar.

Empresas zerando posições

Empresas que têm dívidas em dólar e que haviam feito operações no mercado futuro, comprando dólares para se proteger de uma alta, agora estão vendendo, para reduzir suas posições e se precaver de uma queda mais forte da moeda americana, que lhes traria fortes prejuízos. Isso aumenta a oferta de dólares no mercado, que está sendo absorvida pelo BC.

Impeachment e mercado externo

A queda do dólar é reflexo da aposta maior do mercado no impeachment da presidente Dilma Rousseff, que poderia mudar a política econômica do país. Além disso, há outros fatores como a anistia aos recursos irregulares no exterior, que pode trazer um volume grande de dólares para o país. Mas há um impacto forte da queda do dólar no mercado internacional diante de moedas de países emergentes, que começou em março, com os sinais de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) não subiria os juros diante da ação de outros bancos centrais jogando dinheiro no mercado, como Japão e o Banco Central Europeu, para tentar reativar suas economias.

Hoje, houve nova queda do dólar diante de moedas emergentes em meio aos sinais de que os países produtores de petróleo podem chegar a um acordo para reduzir sua produção e aumentar os preços, o que elevou os preços das commodities e valorizou as moedas dos exportadores de matérias-primas.

Swap reverso substitui compra direta

O BC optou, porém, por não comprar diretamente dólares no mercado, mas atuar por meio de contratos de swap (troca). No swap cambial reverso, o BC recebe a variação do dólar e paga a variação dos juros, o que for maior. No swap tradicional é o contrário, o BC paga a variação do dólar para o comprador do contrato e recebe os juros, o que for maior.  Ao vender contratos de swap reverso, o BC na prática anula os contratos de swap normal vendidos anteriormente.

Analistas lembram que o BC ainda tem um volume grande de swap cambial tradicional no mercado. Esse volume chegou a US$ 108 bilhões. Com as vendas recentes de swap cambial reverso na casa dos US$ 20 bilhões, o BC estaria agora com uma posição em dólar vendida ao mercado ainda de US$ 88 bilhões.

Cinco leilões

No total, o BC vendeu hoje ao mercado 160 mil contratos de swap cambial reverso, no valor de US$ 8 bilhões, em cinco leilões. No primeiro leilão, ainda pela manhã. ele vendeu 40 mil contratos, ou US$ 2 bilhões. Pouco depois, no segundo, foram vendidos 7.100 dos 40 mil ofertados, ou US$ 355 milhões. O que sobrou foi vendido no terceiro leilão, no início da tarde, 32.900 contratos, ou US$ 1,645 bilhão. No quarto leilão às 16 horas, foram vendidos mais 40 mil contratos, ou US$ 2 bilhões. Logo em seguida, diante da queda do dólar, o BC anunciou o quinto leilão, de 40  mil contratos, ou US$ 2 bilhões, que também foram totalmente comprados pelo mercado.

Esta foi uma das maiores intervenções diárias no mercado de câmbio feitas nos últimos anos para evitar a queda da moeda americana. “Sem esses leilões, o dólar já teria caído para R$ 3,30, R$ 3,00, o que seria prejudicial para os exportadores”, afirma um operador de uma corretora que pediu para não ter seu nome citado.

Moeda fecha em baixa

Mesmo depois de tantas compras, o dólar encerrou o dia em queda de 0,2%, a R$ 3,494 para venda no  mercado comercial, perto da mínima do dia, de R$ 3,4923. O dólar turismo era vendido a R$ 3,65, em queda de 1%. No mercado futuro, o contrato para maio, cotava a moeda a R$ 3,5o8, em baixa de 0,43%.

Deixe um comentário