Ibovespa ensaia avanço e Vale ganha 6%; dólar recua para R$ 3,57

Em meio aos boatos sobre a formação de um governo de Michel Temer e à proximidade da leitura do processo de impeachment no Senado, às 11h10, o Índice Bovespa registrava alta de 1,87%, para 53.884 pontos.

Com forte peso no indicador, os bancos ajudavam a puxar a bolsa. As ações preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) subiam 1,10%, como Bradesco PN (BOV:BBDC4), 0,88%, os papéis ordinários (ON, com voto) do Banco do Brasil (BOV:BBAS3), 1,86%, e as units (recibo de ações) do Santander (BOV:SANB11), 0,69%.

Puxado pelo sentido de recuperação do petróleo no exterior, Petrobras ON (BOV:PETR3) tinha ganhos de 4,50%, com suas ações PN (BOV:PETR4), 4,11%. Também em alta, Vale ON e PNA (BOV:VALE3 e BOV:VALE5) ganhavam 7,56% e 7,28%, respectivamente. A mineradora era beneficiada pelo significativo aumento da demanda por minério de ferro na China, que viu seus estoques de aço para construção atingirem o menor nível desde janeiro. Ainda assim, a empresa não deve pagar dividendos esse ano, assunto a ser discutido na próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE) agendada para o dia 25.

Para o estrategista e gestor de renda fixa do banco americano J.P. Morgan, Júlio Callegari, o mercado brasileiro está embutindo em seus preços uma mudança política que ainda não aconteceu, com bolsas, juros e câmbio apresentando uma melhora sem fundamento na economia, que enfrenta um custo de capital mais elevado para as empresas pela perda do grau de investimento, recessão forte e quadro fiscal sem sinal de melhora.

Vale bate 6% e Fibria recua 2%

Os maiores avanços do Ibovespa estavam com Vale ON, Vale PNA, CSN ON (BOV:CSNA3), 6,03%, Gerdau PN (BOV:GGBR4), 4,05%, e Usiminas PNA (BOV:USIM5), 2,90%. Na ponta negativa, as piores quedas do índice brasileiro eram marcadas por Fibria ON (BOV:FIBR3), 2,24%, Suzano Papel PNA (BOV:SUZB5), 1,68%, Oi ON (BOV:OIBR3), 1,16%, e pelas units da Klabin (BOV:KLBN11), 0,98%. Em reportagem do jornal “Valor Econômico”, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou “que procura oportunidades de aquisição dentro e fora do Brasil”. Para ele, o balanço do quarto trimestre da companhia ficou “pouco abaixo do esperado”, segundo a publicação.

EUA e Europa ganham com indicadores; petróleo tem leve recuperação

Com os resultados corporativos americanos e à espera dos dados de moradia do país, nos Estados Unidos, o Dow Jones tinha ganhos de 0,21%, ao passo que o índice da Nasdaq perdia 0,25%. No mercado futuro, o S&P 500 avançava 0,28%.

Na zona do euro, o indicador Zew de expectativas econômicas para a Alemanha passou de 4,3 para 11,2 pontos em abril, acima da expectativa dos analistas de 8 pontos. No mesmo sentido, o mesmo índice de estimativas para o bloco subiu de 10,6 para 21,5 pontos no mesmo período. Impulsionados pelos indicadores, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da região, tinha avanços de 1,45%, seguido pelo britânico Financial Times, 0,41%, o francês CAC, 1,06%, e o alemão DAX, 1,93%.

Após amargar fortes baixas ontem, pressionado pela fracasso da reunião dos maiores produtores de petróleo em Doha, o petróleo WTI, negociado em Nova York, recuperava 0,23%, para US$ 38,87%, seguido pelo Brent, de Londres, que ganhava 0,56%, para US$ 43,15.

Juros longos caem; dólar cai para R$ 3,57

Pela manhã, as taxas dos juros futuros para 2017 seguiam estáveis a 13,42% ao ano. Para 2018, as projeções caíam de 12,86% para 12,81%, assim como os contratos válidos até janeiro de 2021, em que os juros recuavam de 12,93% para 12,91%. Sem anúncios de intervenções do Banco Central (BC) para hoje, o dólar comercial marcava queda de 0,83%, para R$ 3,57 na venda.