Ibovespa se aproxima dos 54 mil pontos com commodities; Vale bate 8% e dólar recua sem BC

Num pregão impulsionado pela valorização das commodities no mercado internacional, o Índice Bovespa fechou com ganhos de 1,54%, para 53.710 pontos. O volume financeiro diário somou R$ 7,9 bilhões, um pouco superior à média de 2016, de R$ 7,2 bilhões.

Entre as ações com maior peso no índice, os destaques do dia ficaram com os papéis preferenciais da série A (PNA, sem voto) da Vale, que subiram 8,72%, com a alta de 4,13% do minério de ferro no exterior. As ações ordinárias (ON, com voto) da mineradora também ganharam 7,40%.

Com o petróleo também mais forte lá fora, Petrobras ON e PN avançaram 5,01% e 4,11%, respectivamente.

Entre os bancos, Itaú Unibanco PN subiu 0,31%, como Bradesco PN, 0,23%, e as units (recibo de ações) do Santander, 0,46%. Na contramão, Banco do Brasil ON perdeu 0,45%. Em relatório, o Deutsche Bank apostou que as instituições financeiras brasileiras deverão entregar os piores resultados em dois anos no 1º trimestre.

No quadro político, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a indicação dos membros da comissão especial do impeachment será feita a partir dos blocos partidários. Segundo Renan, os nomes poderão ser definidos até sexta-feira. Caso algum bloco resista em apontar os nomes para o colegiado, ele mesmo fará, como prevê o regimento da Casa.

Usiminas atinge 10% e Embraer cai 3%

As maiores altas do Ibovespa foram lideradas por Usiminas PNA (BOV:USIM5), 10,63%, CSN ON, 9,92%, Gerdau PN, 9,19%, além das ações PNA e ON da Vale, com o avanço das commodities no exterior e anúncios de reajuste dos preços do aço plano no país de pelo mais 12% em maio, após aumento de 12% em abril.

Na ponta negativa, as piores quedas do índice ficaram com Embraer ON (BOV:EMBR3), 2,78%, Lojas Americanas ON, 1,70%, CCR ON, 1,32%, e Telefônica PN, 1,23%. Na condição de exportadora, a fabricante de aviões Embraer recuou com a queda do dólar.

Petróleo sobe 3% e puxa Europa; EUA têm direções mistas

Um dia depois da forte repercussão negativa do fracasso da reunião dos produtores de petróleo em Doha, que mirava uma redução da produção da commodity em todo o mundo, o barril do tipo WTI, negociado em Nova York, teve alta de 3,19%, para US$ 41,05, assim como o Brent, de Londres, que recuperou 2,52%, para US$ 43,99.

Hoje, os avanços do petróleo puxaram o mercado europeu de ações e o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, subiu 1,60%. No mesmo sentido, o britânico Financial Times ganhou 0,82%, como o alemão DAX, 2,27%, e o francês CAC, 1,32%. Também impulsionou o bom humor dos investidores da zona do euro, o resultado do índice Zew de expectativas econômicas para a Alemanha, que subiu de 4,3 para 11,2 pontos em abril, acima das estimativas dos analistas de 9 pontos. O mesmo indicador para o bloco subiu de 10,6 para 21,5 pontos no período.

Nos Estados Unidos, em meio aos balanços corporativos, o Dow Jones marcou alta de 0,27%, acompanhado pelo S&P 500, 0,31%. Já o índice da Nasdaq perdeu 0,40%. Por lá, a construção de novas moradias caiu 8,8% em março, contra fevereiro, seu nível mais baixo desde outubro do ano passado.

Juros curtos recuam e dólar volta aos R$ 3,53

As projeções dos juros futuros para 2017 caíram de 13,42% ao ano para 13,39%. Para 2018, as taxas passaram de 12,86% para 12,81%. Por fim, os juros válidos até janeiro de 2021 seguiram estáveis em 12,93%. No mercado de câmbio, num dia sem intervenções do Banco Central (BC), o dólar comercial caiu 1,91%, para R$ 3,53 na venda, seguido pelo dólar turismo, que perdeu 0,53%, vendido a R$ 3,71.