Incerteza política no Brasil e nova ação do Banco Central fazem dólar emplacar mais um dia de alta nesta sexta-feira

A moeda norte-americana encerrou o pregão desta sexta-feira com valorização frente ao real brasileiro. A alta do dólar foi sustentada pela atuação do Banco Central e com investidores preferindo estratégias mais defensivas enquanto acompanhavam os desdobramentos do cenário político brasileiro. A sessão também foi marcada pelo baixo volume de negócios de compra e venda de dólar em função do feriado de Tiradentes comemorado na véspera.

Em 2016, após setenta e seis pregões, o dólar acumula uma queda de 9,57% ante o real. São trinta e cinco pregões de alta contra quarenta e um de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

No mês abril, após quinze pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 0,72%. São sete pregões de baixa contra oito de alta. No último pregão de março, o dólar fechara cotado a R$ 3,5935 para compra e a R$ 3,5963 para venda.

Dólar Hoje

O dólar subiu 1,07% ante o real nesta sexta-feira, 22 de abril de 2016, negociado a R$ 3,5697 para compra e a R$ 3,5703 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,5305 (valor mínimo) e R$ 3,5974 (valor máximo).

Cenário Internacional

Nesta sexta-feira, os investidores ajustaram suas posições em relação aos movimentos do câmbio no dia anterior, quando o tombo dos preços do petróleo alimentou aversão a risco nos mercados globais enquanto que o mercado brasileiro permaneceu fechado devido ao feriado de Tiradentes.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuaram de olho no cenário político e às perspectivas de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A presidente Dilma Rousseff participou, mais cedo, de evento na Organização das Nações Unidas (ONU), onde dedicou praticamente todo o discurso a questões ambientais. Em seu discurso, fez referência ao “grave momento” vivido pelo Brasil e agradeceu a líderes internacionais que manifestaram solidariedade a ela em meio à tramitação do processo de impeachment no Congresso Nacional.

A cautela do mercado com a situação política reflete a expectativa por nomes que podem formar a equipe econômica do vice-presidente Michel Temer caso o impeachment se concretize. Percepções de que Michel Temer estaria enfrentando dificuldades para montar seu time têm causado alguma apreensão no mercado local.

Contudo, hoje também foi um dia de pouco movimento no mercado financeiro brasileiro, espremido entre o feriado de Tiradentes celebrado na véspera e o fim de semana.

Banco Central 

Nesta sexta-feira, o Banco Central (BC) vendeu a oferta integral de 20 mil swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, que ofereceu em leilão. A autoridade monetária vem atuando pesadamente no mercado de câmbio por meio desses instrumentos há semanas, mas diminuiu o ímpeto da atuação nos últimos dias após a Câmara dos Deputados aprovar o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Além disso, o Banco Central informou no começo da semana que não fará mais leilões de rolagem dos swaps tradicionais com vencimento no mês que vem. Esses contratos equivalem a venda futura de dólares. Com isso, deixará vencer o equivalente a US$ 8,6 bilhões, que ajudarão a reduzir o estoque de swaps tradicionais, além dos cerca de US$ 31 bilhões atrelados aos contratos de swap reverso vendidos até o momento. O estoque de swaps, no início do mês, girava em torno de US$ 100 bilhões.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 22 de Abril de 2016