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Aumento de IOF terá pouco impacto sobre dólar, mas traz receio, diz consultor

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O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a compra de dólares em espécie anunciado hoje pelo governo e que entra em vigor amanhã, de 0,38% para 1,1%, terá pouco impacto sobre o mercado, afirma Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. Segundo ele, a medida vai aumentar o custo para quem compra dinheiro vivo para levar ao exterior, mas como os valores são baixos, o impacto será pequeno. “A média de compra de dólar turismo em espécie é de US$ 1 mil por operação, ou R$ 3.650,00, portanto estamos falando de um aumento de R$ 13,87 para R$ 40,15″, diz.

A medida vai ser boa mesmo para o governo, que deve arrecadar R$ 2,377 bilhões a mais por ano com o aumento do imposto, acredita o consultor.

Bergallo lembra que, por segurança ou praticidade, a maioria das pessoas prefere levar a maior parte dos recursos em cartões de pré-pagos ou usar o cartão de crédito, o que já tem um custo elevado, de 6,38% sobre os valores gastos. “A quantia que se leva em dinheiro vivo é baixa e o aumento não foi tão grande como foi para os cartões, que passaram de 0,38% para 6,38% de uma hora para outra”, diz.

O imposto maior também não deve levar a um aumento das operações no mercado paralelo, acredita o consultor. “O preço do paralelo também deve subir, se ajustando em relação ao turismo, e essa diferença, com as oscilações hoje no preço do dólar, acabam ficando em segundo plano”, afirma.

Conta lá fora

Bergallo diz que a medida acaba incentivando mais brasileiros a abrirem conta no exterior para reduzir o custo das viagens. Segundo ele, cresce o número de clientes que abrem conta num banco lá fora e usam o cartão de débito da instituição externa para pagar suas despesas de viagens, fugindo do IOF sobre cartões de crédito e de débito e ainda obtendo um preço de dólar mais interessante, já que o volume enviado é maior. “Um cliente que manda um valor mais alto pode pagar o dólar um pouco abaixo do turismo, hoje de R$ 3,65, e ainda escapar do imposto dos cartões”, diz.

A mudança trouxe, porém, um impacto negativo que é o receio de que o governo passe a tributar outros tipos de remessas. Bergallo trabalha com envio de recursos para o exterior para investimentos em imóveis e outros ativos, e alguns clientes ficaram com medo de que o governo passe a tributar mais essas operações. “Isso cria uma insegurança jurídica para quem tem compromissos lá fora ou pensa em fazer algum investimento”, explica.

Momento oportuno para comprar

Bergallo diz que evita aconselhar os clientes a comprar o dólar mesmo após a queda dos últimos dois meses pois há sempre a chance de a moeda americana cair mais. “Mas lembramos a todos que hoje temos a menor cotação desde de julho do ano passado e deixamos claro que nos parece um momento oportuno para comprar”, afirma. “A decisão tem de ser do cliente e, na dúvida, recomendamos sempre comprar aos poucos, fazer uma taxa média, dividindo em três vezes a aquisição dos dólares”, diz.

Segundo ele, a forte queda do dólar nos últimos dois meses não provocou um aumento expressivo das remessas ou compras. “Parece que a expectativa dos compradores é que o dólar ainda pode cair mais e estão todos esperando para ver até onde ele vai”, afirma. “Talvez se a moeda der algum sinal de alta, aí todo mundo se assusta e corre comprar e a moeda dispara”, diz.

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