Por acreditar num potencial significativo de desalavancagem via venda de ativos da Gerdau, o BTG Pactual reforçou em relatório sua indicação de “compra” das ações da siderúrgica, com preço-alvo de R$ 7 para os próximos 12 meses.
Recentemente, a Gerdau (BOV:GGBR3) e (BOV:GGBR4) anunciou um acordo para vender sua unidade de aços especiais na Espanha, a Sidenor, para a Clerbil SL. De acordo com o texto, o negócio seria de € 155 milhões, mais € 45 milhões, contando cinco anos a partir de agora, a depender do desempenho da fabricante. A transação deverá ser concluída até julho.
Segundo o banco de investimentos, a companhia tomou a “direção certa” em seus desinvestimentos, que têm sido um componente chave de suas aplicações atuais. A alienação de parte dos ativos da Gerdau deve totalizar 6,5% do seu valor de mercado, além de frear pressões negativas sobre os balanços do grupo.
Muita coisa para vender
Na avaliação dos analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro, a companhia “tem muita margem de manobra para desalavancar, mesmo considerando os futuros pagamentos relativos litígios fiscais”.
Para eles, a venda da Sidenor “faz todo o sentido”, apesar de em grande parte antecipada pelo mercado, mas ainda em linha com a estratégia da empresa de vender as subsidiárias com retorno mais fraco.
Além disso, eles veem a empresa como uma das principais beneficiárias de uma potencial mudança na política brasileira, com o aumento dos gastos com infraestrutura no futuro.
Zelotes é vento contra
O BTG lembra também que o fluxo de notícias sobre a Operação Zelotes, que relacionou casos desonegação fiscal com executivos do grupo, incluindo o presidente da companhia André Gerdau, continua a ser um “vento contrário”. No entanto, o relatório aponta que é “praticamente impossível quantificar os impactos econômicos potenciais” em relação ao assunto, que já deve estar precificado no papel.