Ibovespa cai com exterior e juros recuam; dólar perde força e fecha a R$ 3,57

Num pregão de fortes quedas impulsionadas pelo mercado internacional, o Índice Bovespa perdeu 0,85% e recuou para 50.132 pontos, em sua quarta baixa consecutiva. No mês, as perdas do indicador já chegam a 7,01%. O volume financeiro negociado no dia totalizou R$ 6,1 bilhões, bem menor que a média anual de R$ 7,2 bilhões.

As ações preferenciais (PN, sem voto) e ordinárias (ON, com voto) da Petrobras caíram 4,16% e 3,86%, respectivamente. Hoje, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, confirmou o convite do presidente interino Michel Temer ao ex-ministro Pedro Parente para assumir a presidência da estatal. Apesar da definição da nova gestão, a petroleira foi afetada pelo rebaixamento da sua nota na consultoria financeira Raymond James, de ”market perform” ou em linha com o mercado, para ”underperform”, com desempenho abaixo da média. Para a consultoria, o afastamento da presidente Dilma Rousseff não amenizará os problemas da empresa.

Vale ON recuou 1%, enquanto suas ações PNA ganharam 1,22%. Entre os bancos, Itaú Unibanco PN caiu 0,85%, Bradesco PN, 2,07%, Banco do Brasil ON, 2,37%, e as units (recibos de ações) do Santander, 0,45%.

Desemprego em alta chega a 12,8% no Nordeste

Os investidores também repercutiram hoje a divulgação da taxa de desemprego do primeiro trimestre do ano, que ficou em 10,9%, o equivalente a 11,1 milhões de pessoas. O número subiu em todas as grandes regiões do país na comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para o Nordeste, onde passou de 9,6% no primeiro trimestre do ano passado para 12,8% neste ano. No Sudeste, passou de 8% para 11,4%.

Usiminas cai 7% e Qualicorp sobe 5%

As piores quedas do Ibovespa foram puxadas por Usiminas PNA (BOV:USIM5), 7,39%, Gerdau Metalúrgica PN (BOV:GGBR4), 4,61%, Lojas Americanas PN (BOV:LAME4), 4,07%, e Gerdau PN (BOV:GGBR4), 4,06%. Em relatório, a XP Investimentos lembrou que a Gerdau pode vir a ser alvo de ação de cinco escritórios americanos especializados em disputas de direito societário por perdas de investidores com as investigações de corrupção da operação Zelotes. Na contramão, as maiores altas do índice ficaram com Qualicorp ON (BOV:QUAL3), 5,41%, Kroton ON (BOV:KROT3), 2,46%, BBSeguridade ON (BOV:BBSE3), 2,44%, e Marfrig ON (BOV:MRFG3), 2,37%,

EUA e Europa perdem; petróleo tem leve baixa

No mercado americano, o Dow Jones recuou 0,52%, o S&P 500, 0,37%, e o índice da Nasdaq, 0,56%. Por lá, os negócios foram bastante pressionados ainda pelas fortes chances de elevação dos juros em junho pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) após a divulgação ontem da ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc). O índice de atividade do Fed da Filadélfia passou de -1,6 para -1,8 em maio, bastante inferior aos esperados 3. Já o índice de atividade do Fed de Chicago melhorou em abril, de -0,55 para -0,10, ante -0,20 estimados pelos analistas. Além disso, os pedidos de auxílio desemprego diminuíram de 294 mil para 278 mil na semana até 14 de maio, contra expectativa de 275 mil.

Na Europa, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, teve baixa de 1,26%, o britânico Financial Times, 1,82%, o francês CAC, 0,85%, e o alemão DAX, 1,48%. No Reino Unido, as vendas no varejo em abril subiram 1,3% na margem, mais que o esperado 0,6%.

As principais bolsas estrangeiras também refletiram a desvalorização do petróleo no exterior. O WTI, negociado em Nova York, fechou com queda de 0,06%, para US$ 48,16, seguido pelo barril do tipo Brent, de Londres, que perdeu 0,33%, para US$ 48,77.

Juros recuam e dólar fecha a R$ 3,57

Depois de uma manhã em alta, os juros para 2017 caíram de 13,47% ao ano para 13,46% Para 2018, as projeções passaram de 12,87% para 12,73%, assim como as taxas válidas até 2021, que recuaram de 12,66% para 12,49%. Sem intervenções do Banco Central (BC) no mercado, o dólar comercial subiu 0,16%, para R$ 3,57 na venda, acompanhado pelo dólar turismo, que ganhou 3,03%, vendido a R$ 3,74.

Estrangeiros tiram R$ 1,2 bilhão da Bovespa em maio

Os investidores estrangeiros venderam liquidamente R$ 1,228 bilhão em ações brasileiras em maio, até dia 17, conforme dados da BM&FBovespa. As saídas deste mês refletem o fim de uma tendência de aumento mensal de investimento em ações brasileiras que vinha desde fevereiro.