Aos 53.070 pontos, maior nível desde o início do mês, o Índice Bovespa fechou com alta de 4,08% depois que o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, revogou a decisão que cancelava a sessão que aprovou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Além disso, números da economia chinesa animaram os mercados internacionais e puxaram as bolsas e as commodities. O volume financeiro do pregão totalizou R$ 7,3 bilhões, superior à média diária anual de R$ 7,2 bilhões.
Os bancos, com significativo peso, impulsionaram os avanços do indicador brasileiro. As ações preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco bateram ganhos de 6,28%, Bradesco PN, 4,31%, os papéis ordinários (ON, com voto) do Banco do Brasil, 5,93%, e as units (recibos de ações) do Santander, 3,09%. Com o mercado estrangeiro bastante positivo com a valorização das commodities, Petrobras ON subiu 6,46%, Petrobras PN, 7,70%, Vale ON, 4,20%, e Vale PNA, 6,32%.
No fim do dia, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, ingressou no Supremo com mandado de segurança e pedido de liminar para que seja suspensa, até o julgamento pelo Plenário da Corte, a validade da autorização concedida pela Câmara para o processo contra a presidente. O Senado também votou hoje a cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido).
Usiminas ganha 9%; Ibovespa tem apenas uma queda
Os maiores ganhos do índice foram de Usiminas PNA, 9,91%, Qualicorp ON, 9,12%, Petrobras PN, e BR Foods ON, 7,36%. A fabricante de alimentos BR Foods se beneficiou com reportagem do jornal “Valor Econômico” de que a companhia estaria na mira dos planos de expansão da gigante americana Tyson Foods. Na ponta negativa, apenas uma empresa apresentou perdas: Braskem PNA, 1,76%, enquanto o setor petro-químico amarga o possível fim de alguns benefícios fiscais.
Petróleo puxa Europa e EUA com alta de 4%
Em meio aos dados de inflação mais positivos na China e às falas do presidente da estatal russa Rosneft, Igor Sechin, à agência de notícias Reuters, de que as “diferenças internas estão matando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)”, o petróleo WTI, negociado em Nova York, ganhou 2,83%, para US$ 44,67, seguido pelo barril do tipo Brent, de Londres, que avançou 4,42%, para US$ 45,56.
O petróleo refletiu o resultado bem próximo das expectativas do Índice de Preços ao Consumidor da China em abril, que subiu 2,3% em 12 meses. A inflação ao produtor continuou em deflação, de -4,3% para -3,4%, também em um ano. Já o investimento estrangeiro direto no país no período desacelerou de 7,8% para 6% na análise interanual.
A valorização do petróleo puxou as altas dos índices europeus e o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, teve ganhos de 0,78%. No mesmo sentido, o britânico Financial Times subiu 0,68%, o alemão DAX, 0,65%, e o francês CAC, 0,36%. Por lá, a Alemanha registrou superávit comercial recorde de € 23,6 bilhões em março, acima dos esperados € 20,1 bilhões. A produção industrial alemã em março, por sua vez, caiu 1,3% na comparação mensal, ante previsão de baixa de 0,2%. Na França, a produção industrial de março recuou 0,3% na base mensal, pior que a estimativa de +0,7%.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones marcou avanço de 1,25%, como o S&P 500, 1,14%, e o indicador da Nasdaq, 1,24%. No país, os estoques de petróleo no atacado cresceram 0,1% na margem em março, como o esperado pelos analistas. As vendas no atacado aumentaram 0,7% no mês, mais que o esperado pelos analistas, 0,5%.
Juros recuam e dólar cai para R$ 3,47
Os juros futuros válidos até 2017 fecharam o dia em queda, de 13,50% ao ano para 13,43%. Para 2018, as projeções recuaram de 12,86% para 12,74%, assim como os negócios com vencimento em janeiro de 2021, que tiveram taxas de 12,44%, contra 12,65% ontem. Acima das estimativas do mercado, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 0,59% na primeira prévia do mês de maio. Sem intervenções do Banco Central (BC), o dólar comercial caiu 1,61%, para R$ 3,47, como o dólar turismo, que perdeu 1,36%, vendido por R$ 3,61.