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Líder do PT faz balanço, nega despedida e diz que governo pode reverter situação

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Horas depois do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) revogar a decisão de anular as sessões da Câmara em que foi aprovada a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), fez um balanço, negando qualquer tom de despedida, mas admitiu que o governo será derrotado na votação de amanhã (11), no Senado, que vai decidir sobre o afastamento da petista.

“Qualquer que seja o desdobramento desta crise, vamos continuar firmes. A presidente Dilma e eu não jogamos a toalha”, garantiu. Em um café da manhã com jornalistas, na véspera da votação do afastamento, o parlamentar mostrou confiança de que a situação será revertida na segunda fase da análise do processo de impeachment, quando senadores vão se debruçar sobre as provas. “Estou convencido que vamos continuar no governo. Temos ampla condições de reversão deste quadro”, afirmou.

O otimismo, Guimarães explicou que vem da sensação de que a população mudou de posição em relação ao que ocorreu há quatro meses, quando foi iniciado o processo contra Dilma. “O espetáculo do dia 17 [durante a sessão da Câmara que aprovou o afastamento] chocou o país”, citou como exemplo, ao lembrar que, para o voto favorável, os parlamentares alegaram razões que não estavam no relatório da admissibilidade. Além disto, o petista afirmou que a população está “tomando consciência do que estava em jogo, o que estava por vir, do afastamento de [Eduardo] Cunha, e há um processo de mobilização”, afirmou. Segundo ele, todas as manifestações, desde o último dia 18, são a favor da permanência de Dilma.

“Será um futuro glorioso. A presidente será uma liderança importante que vai somar ao ex-presidente Lula”, apostou Guimarães. Ele negou novos rumores de que a presidente renunciará ao cargo ainda hoje. “Todo dia inventam isto. É mais uma invenção midiática. Engana-se quem pensa que a presidente Dilma foge à luta. Nunca vi tanta fortaleza e tanta força. É uma invenção maldosa”, assegurou. O líder governista ainda afirmou que o PT passa por um período de reflexão e que precisa pensar em 2018, independente da candidatura de Lula, ao lado de outros partidos da esquerda. “O PT não pode querer continuar tocando sozinho”, afirmou, antecipando que esta é a postura que irá defender durante a reunião do diretório nacional do partido, em Brasília, nos próximos dias 16 e 17.

Governo provisório

Guimarães garantiu que nos 180 dias de afastamento de Dilma, o partido irá continuar tentando reverter o processo. “Não abandonamos Dilma nem quando ela tinha 8% [de aprovação] imagina agora?”, disse. Segundo ele, há manifestações que indicam que alguns senadores podem mudar de posição durante esta segunda fase do processo.

Quanto ao provável governo Michel Temer, o petista chegou a admitir que dependerá dos resultados que conseguirem apresentar à sociedade nos primeiros dias, mas lembrou que “é muito difícil adminstrar um governo tão díspare”. José Guimarães apontou números de melhora do cenário econmico e afirmou que são resultados de medidas adotadas pelo governo Dilma , que já eram previstas pelo ministro da Fazenda Nelson Barbosa para meados de maio. Segundo ele, Temer irá “colher os louros” deste esforço.

Waldir Maranhão

Sobre o recuo do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, nesta madrugada, Guimarães lamentou. “Penso que foi por conta das pressões que foram feitas. Não foram explicitadas as razões. Mas ele é presidente interino da Câmara, assim como tomou a decisão de anular, tomou a decisão de revogar. Eu só lamento. De qualquer maneira, vamos continuar firmes na luta contra o golpe”, afirmou.

Ao comentar a decisão de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, que recusou a decisão de Maranhão antes mesmo que fosse revogada, Guimarães disse ter ficado “triste” mas não “decepcionado” com o peemedebista que, segundo ele, sempre teve posicionamento isento. “O que fizemos foi defender a democracia”, afirmou, sem admitir se houve ou não interferência do governo na suspensão da votação que durou pouco menos de 12 horas.

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