Nesta manhã, com o início da sessão sobre o impeachment no Senado, o mercado repercute positivamente os boatos de que o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles e o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, já estão “praticamente confirmados” para o Ministério da Fazenda e para a presidência do BC, respectivamente, num eventual governo do vice-presidente Michel Temer.

Na avaliação da Guide Investimentos, Goldfajn é tido como alguém mais “brando” com a política monetária e, portanto, o ciclo de corte de juros pode ser mais forte e longo do que o esperado.

Para a consultoria LCA, a entrada de Goldfajn favorecerá o recuo dos juros. Em relatório, a casa aponta que deverá ser preservado o status de ministro para o presidente do BC e que Temer tentará reforçar a autonomia formal da autoridade monetária e foro privilegiado ao seu presidente. A LCA também vê o nome de Goldfajn como “muito respeitado” no meio acadêmico e no mercado financeiro.

A XP Investimentos, por sua vez, estima que o vice-presidente já debate medidas para seu início de gestão sobre a mudança da legislação das agências reguladoras, a fim de recuperar o papel dessas instituições e “blindá-las” de interferências políticas, bastante exploradas nos governos petistas. A medida deve aumentar a confiança dos investidores de longo prazo e abrir caminho para o governo iniciar uma rodada de concessões e privatizações.

Na Wagner Investimentos, as expectativas são de um  dólar mais apreciado num programa do governo do PMDB, ideia que foi reforçada pelo economista e ex-ministro Delfim Neto em reunião com Temer. Na análise da consultoria, haverão novas medidas para o câmbio, como a ausência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre posições vendidas, estratégia bastante usada pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Por isso, o melhor momento para vender dólar deverá ser no começo desse novo BC.

O noticiário local sugere ainda a entrada de José Serra para o Ministério das Relações Exteriores, no lugar do atual ministro Mauro Vieira. A medida pode levar o país a se reaproximar das grandes economias desenvolvidas, que ficaram em segundo plano durante a gestão do PT, que preferia uma visão antiamericana nas relações internacionais.