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BC poderá interferir no mercado de câmbio com “ferramentas”, diz Goldfajn

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O Banco Central (BC) poderá interferir no mercado de câmbio, apesar do regime de flutuação, um dos pés do tripé macroeconômico defendido pela nova equipe econômica, explicou hoje o novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, durante discurso na cerimônia de posse. Segundo Goldfajn, “sem ferir o regime de câmbio flutuante, o BC poderá utilizar com parcimônia as ferramentas cambiais de que dispõe”. Em seguida, ele deu um exemplo: “nesse sentido, poderá reduzir sua exposição cambial em determinado instrumento em ritmo compatível com o normal funcionamento do mercado”.

Foi uma referência direta aos contratos de swap cambial, pelos quais o BC oferece hedge para o mercado e funcionam como compra e venda de dólar. Nos últimos anos, o BC vendeu contratos de swap cambial para impedir a alta do dólar que o tornaram devedor de mais de US$ 100 bilhões no mercado. Nos últimos meses, com a reversão da tendência e a queda do dólar, o BC passou a fazer a operação inversa, vendendo contratos de swap cambial reverso, que equivalem à compra de dólar, o que reduziu sua posição para menos de US$ 70 bilhões.

A explicação vem no momento em que o BC deixou de vender swaps reversos a cada vez que o dólar caía abaixo de R$ 3,50, o que foi entendido pelo mercado como uma mudança na política de dar hedge para o mercado e deixar o dólar cair mais.

Golfajn destacou também a importância do combate à inflação para a economia brasileira. Segundo ele, o controle da inflação reduz as incertezas sobre a economia e promove a justiça social. Ao receber o cargo do ex-presidente do órgão, Alexandre Tombini, ele disse que trabalhará para retomar o chamado tripé macroeconômico, marcado por responsabilidade fiscal, manutenção da inflação e câmbio flutuante.

Inflação não traz crescimento da economia

No discurso de posse, Goldafajn disse que as únicas missões da autoridade monetária são manter o poder de compra da moeda e a estabilidade do sistema financeiro e refutou a ideia de que mais inflação gera mais crescimento. “Vamos perseguir uma inflação baixa e estável. Essa é a primeira contribuição do Banco Central para a sociedade brasileira, especialmente para camadas menos favorecidas, que mais sofrem com a perda do poder de compra da moeda”, declarou.

Para o novo presidente, a manutenção da inflação em níveis baixos ajuda a reduzir as incertezas em relação à economia e a melhorar o ambiente de negócios, resultando na ampliação do emprego e da renda. “O bem-estar social proporcionado pelo poder de moeda da compra beneficia todos os cidadãos brasileiros, sem que o benefício de um diminua o de outro”, acrescentou Goldfajn.

Substituir a Nova Matriz Econômica

Ao tomar posse, Goldfajn disse que está empenhado em substituir a nova matriz econômica, como foi chamada a política econômica que vigorou nos últimos anos, caracterizada pela redução de juros, por medidas de estímulo ao crédito e por incentivos fiscais. “Há consenso de que a Nova Matriz Econômica deve ser substituída pelo bom e velho tripé macroeconômico: responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante. Foi esse sistema que permitiu ao Brasil ascender num passado não muito distante”, declarou.

Para Goldfajn, é falsa a ideia de que inflação mais alta gera mais desenvolvimento econômico. “Existe um falacioso dilema entre inflação baixa e crescimento econômico. Nossa história recente mostra que crescimento da inflação não fomenta o desenvolvimento, pelo contrário desorganiza a economia, reduz investimentos e tem impacto sobre o emprego e a renda”, afirmou.

Objetivo é centro da meta

Diretor de Política Econômica do Banco Central entre 2000 e 2003, Goldfajn participou da criação do regime de metas de inflação, em vigor até hoje. Segundo ele, a autoridade monetária estará empanhada em trazer a inflação oficial para o centro da meta, atualmente em 4,5%, mas não deu prazo de quando isso deve ocorrer.

“Os limites de tolerência servem para acomodar choques que não permitem retorno [da inflação ao centro da meta] em tempo hábil. É importante que as expectativas indiquem, no presente, trajetória de convergência da meta em futuro não muito distante. Em caso de persistentes choques, essa trajetória precisa ser crível”, disse.

Responsável por conduzir a cerimônia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também relacionou a baixa inflação à melhoria na distribuição de renda. “A inflação elevada e volátil corrói a renda e penaliza as camadas mais pobres da população. A inflação baixa é pré-resquisito para o crescimento sustentável”, ressaltou.

Novos diretores do BC

Ao receber o cargo, Goldfajn anunciou quatro novos nomes para a diretoria do Banco Central. Carlos Viana de Carvalho será o novo diretor de Política Econômica. Reinaldo Le Grazie, substituirá Aldo Luís Mendes na Diretoria de Política Monetária. O novo diretor de Assuntos Internacionais será Tiago Berriel. A Diretoria Relacionamento Institucional e Cidadania ficará a cargo de Isac Sidney Ferreira, atual procurador-geral do órgão. Os indicados precisam ser sabatinados e aprovados pelo Senado.

Além do ministro Meirelles, a cerimônia contou com a presença dos ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira. Também compareceram o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal, e o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Os presidentes do Banco do Brasil, Paulo Cafarelli, e da Caixa Econômica, Gilberto Occhi, também compareceram à transmissão de cargo.

Com informações da Agência Brasil.

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