Com exterior, Ibovespa devolve ganhos; juros avançam e dólar sobe para R$ 3,38

Às 11h20, o Índice Bovespa tinha perdas de 0,98%, recuando para 51.124 pontos, acompanhando o mau humor das bolsas no exterior, um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Pela manhã, as ações das instituições financeiras eram pressionadas pelas baixas do mercado internacional e devolviam parte dos ganhos de ontem.

Os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco caíam 1,41%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 1,28%, as ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil, 0,97%, e as units (recibos de ações  do Santander, 0,81%. Ontem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra da totalidade do capital social do HSBC Brasil. O BB também afirmou que ?não há qualquer tratativa? sobre uma eventual fusão com a Caixa Econômica Federal, após notícia de que o governo estudava a fusão dos dois bancos públicos.

Apesar do minério de ferro ter fechado estável a US$ 52,56 no mercado à vista chinês, em dia de feriado nacional no país, Vale ON (BOV:VALE3) e PNA perdiam 4,94% e 3,12%, respectivamente. Também em baixa, com o petróleo desvalorizado no exterior, Petrobras ON (BOV:PETR3) caía 2,07%, como Petrobras PN (BOV:PETR4), 2,13%.

CSN cai 6% e Smiles ganha 1%

As piores quedas do Ibovespa estavam com CSN ON, 6,14%, Usiminas PNA (BOV:USIM5), 4,76%, Gerdau Metalúrgica PN, 3,88%, e Vale ON (BOV:VALE3). Já os maiores avanços do índice brasileiro ficavam com Smiles ON (BOV:SMLE3), 1,14%, Cyrela ON, 1,12%, Energias BR ON, 1,12%, e Estácio ON, 0,77%.

Bolsas estrangeiras e petróleo recuam com dados da China

Em meio ao avanço de 2% do Índice de Preços ao Consumidor da China em maio, na comparação com abril, as principais bolsas internacionais caíam, juntamente com as commodities. O resultado veio pior do que o aguardado pelos analistas, de 2,2%, e mais baixo do que o registrado no mês anterior, 2,3%, o que pode indicar um desaquecimento maior da atividade econômica. Os dados negativos da segunda maior economia também batiam no preço do petróleo, com o WTI caindo 1,21%, para US$ 50,61, acompanhado pelo barril do tipo Brent, de Londres, 1,10%, para US$ 51,93.

Na zona do euro, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da região, caía 0,57%, o alemão DAX, 1,02%, e o francês CAC, 0,49%,e o britânico Financial Times, 0,79%. Num dia de poucos indicadores também nos Estados Unidos, o Dow Jones recuava 0,40%, o S&P 500, 0,31%, e o índice da Nasdaq, 0,35%. Já o dólar ganhava força diante de outras moedas.

Juros avançam e dólar sobe para R$ 3,38

Depois do Copom anunciar a manutenção da Selic em 14,25% ao ano, com as mesmas justificativas de abril, sob pressão da inflação ainda alta, os juros futuros curtos avançavam. Para 2017, as taxas passavam de 13,19% para 13,28%, assim como as projeções válidas até 2018, que subiam de 12,41% para 12,47%. Por fim, 2021 mantinha os juros estáveis em 12,31%. Em relatório, o Banco Fator aposta num início de ciclo de queda dos juros a partir de agosto, depois que o BC anunciar o relatório de inflação trimestral no fim de junho e os preços indicarem que a pressão deste mês passou.

Com a posse do economista Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central (BC) marcada para as 17 horas, a autoridade monetária não informou nenhuma intervenção no mercado de câmbio para hoje. Ainda assim, o dólar comercial recuperava 0,38%, para R$ 3,38, seguido pelo dólar turismo, que tinha alta de 0,14%, vendido a R$ 3,54, acompanhando a valorização no exterior da moeda americana pela fuga do risco.