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Com “novos ares” no país, Rio Bravo vê oportunidade em prefixados e bolsa

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O país está vivendo novos ares, mas é muito cedo ainda para definir um cenário otimista para o país. A avaliação é de Evandro Buccini, economista da Rio Bravo Investimentos. Ele lembra que havia expectativas exageradas no mercado com relação a uma saída de Dilma Rousseff e um governo de Michel Temer. “O mercado ficou muito otimista, muito esticado, mas é preciso entender que este é um governo novo, com situações limitadoras sobre o que pode fazer, até por ser, por enquanto, temporário”, observa.

Equipe econômica é avanço

Mas, dentro de seus limites, o governo Temer fez algumas coisas boas, como nomear uma equipe econômica boa. “Não podia ser melhor, é difícil imaginar outra”, diz, admitindo que, o mesmo não se pode dizer do resto do ministério. “Mas esse ministério é o reflexo do Congresso, e o presidente vai precisar muito dos parlamentares até para se manter no governo”, lembra, acrescentando que “o mais importante na verdade não é aprovar a reforma da Previdência ou o ajuste fiscal, mas o impeachment (da presidente Dilma).” Segundo Buccini, assim como há corruptos no Congresso, acaba tendo no ministério. “Eu não tinha muita perspectiva quanto a isso”, diz.

Avanços com meta fiscal e BC

Já a aprovação da nova meta fiscal deste ano, com um déficit elevado, além do presidente do Banco Central Ilan Goldfajn no Senado foram pontos importantes, destaca Buccini. E mesmo o reajuste dos funcionários públicos e do Judiciário deve ser entendidos dentro do esforço do governo em aprovar as reformas. “São coisas normais na negociação com o Congresso, tanto que em seguida aprovaram a desvinculação das receitas orçamentárias (DRU), passo fundamental para o ajuste fiscal”, observa.

Bons nomes no BNDES e na Petrobras

Ele destaca ainda a escolha dos nomes dos secretários da equipe econômica, mas em especial os nomes para comandar o BNDES, com Maria Sílvia Bastos, e a Petrobras, com Pedro Parente. A proposta de o BNDES devolver R$ 100 bilhões para o Tesouro também foi excelente, pois o governo “não pode criar superávit no curto prazo, e a devolução foi ótima”, diz Buccini. Ele lembra que Maria Sílvia prometeu mais medidas para criar receita, como venda de ativos do BNDES.

Déficit nominal de 10% do PIB e queda dos juros

O economista não espera superávit primário do governo no curto prazo, mas acredita que concessões e privatização devem ajudar a melhorar as contas públicas. Ao mesmo tempo, a queda dos juros vai reduzir essa forte despesa do governo. “Basta lembrar que o resultado primário está negativo em 2% do PIB, mas o nominal, que inclui os juros, bate em quase 10% do PIB, ou seja, estamos pagando 8% do PIB de juros”, afirma. Por isso, cancelar os R$ 100 bilhões do BNDES é importante, por reduzir a dívida do Tesouro e esse custo.

Primeiros sinais de melhora

Para a economia em geral, os primeiros indicativos do novo governo foram bons e repercutiram na confiança. Comércio, indústria, serviços e construção e consumo, todos indicaram alguma melhora no mês de maio. “É uma melhora ainda muito incipiente, muito de curto prazo, mas foi notável”, destaca. “Achei que a confiança no consumo ia demorar mais a se recuperar, pelo desemprego e crédito restrito, mas em maio já foi bom.”

Buccini acredita que o resultado do PIB no segundo trimestre ainda não vai ser bom, mas no segundo semestre a economia já vai melhorar. A exceção é o desemprego, que ainda vai piorar mais um pouco. “Mas a confiança e o ânimo podem ter tendência de melhora”, diz.

Queda da Selic em agosto

Ele espera que o Banco Central comece a cortar os juros básicos já na reunião do final de agosto.  Índices de preços mais ligados à atividade estão caindo, alimentos ainda tiveram uma alta, mas ao que tudo indica a inflação vai abrir espaço para a Selic cair em agosto. “A recessão já teve o efeito na inflação, o desemprego vai continuar aumentando, então não vejo um crescimento forte na atividade que vá pressionar os preços”, afirma Buccini, que trabalha com um juro de 13% no fim deste ano e de 11,5% no fim o ano que vem, ou menos. “Precisamos de uma desaceleração da inflação e de algumas medidas do governo, como a emenda constitucional de limite de gastos e alguma coisa de previdência para baixar os juros”, diz. “Não acho que as medidas vão sair todas na íntegra, devem sair frouxas, mas devem ajudar”, diz.

Dólar pode cair mais com impeachment confirmado

Para Buccini, se o impeachment de Dilma passar no Senado, o dólar pode cai mais. “Mas o ambiente ainda está perigoso, por isso não tiramos a moeda americana das carteiras dos clientes”, explica. “Diminuímos um pouco, mas mantivemos dólar em todas.”

Para o gestor de fundos e carteiras da Rio Bravo, Eduardo Levy, a opção foi reduzir a posição aplicada em dólar dos clientes para aumentar a em ativos no Brasil após a entrada de Temer, que mudou o humor político e melhorou os mercados de bolsa e derrubou o juro.  “Em termos de valor relativo, vemos hoje um potencial maior de ganho do que de perda em bolsa”, afirma. A parcela em dólar chegou a 14% da carteira dos clientes, foi para 7% e agora está em 5%, o mínimo recomendado. Já em bolsa, a parcela era de 8% no ano passado, dos quais 3% lá fora. Agora, já está em 16%, sendo 12% no mercado local.

E, mesmo na parcela em dólar, os valores aplicados também têm relação com o Brasil. “Investimento no exterior em uma carteira de títulos soberanos e de empresas do Brasil que, em caso de melhora aqui, vão ajudar”, diz. Essa estratégia ajudou a Rio Bravo a reduzir as perdas com a queda do dólar em abril, reduzindo a perda com a moeda americana de 15% para 4%.

Bolsa e títulos públicos prefixados

Olhando para frente, Levy diz que ainda tem uma posição de bolsa, para o curto prazo. Ele espera maior volatilidade e por isso vem usando instrumentos derivativos, como opções para financiar parte dessa posição em bolsa. Ao mesmo tempo, está aplicando em títulos públicos de médio prazo prefixados, que subiram mais recentemente e que têm espaço para ceder. “Os juros prefixados voltaram a subir para 12,54% nos papéis para 2019 e 12,76% para 2023, e haveria portanto um espaço de 1 ponto percentual para cair”, estima. “Isso é um ganho significativo numa carteira com um risco de perda menor que uma aplicação em bolsa”, diz.

Para investidores mais arrojados, a opção é aumentar as aplicações em ações via índices ou em fundos de ações de gestores ativos. “No primeiro momento, o Ibovespa correu mais, mas num cenário de melhora da economia, os fundos que selecionam ações podem ganhar mais olhando o médio e longo prazo”, diz. Mas ele lembra que é difícil apostar em ações de menor porte no curto prazo, pois elas dependem de uma melhora substancial da economia para superar o Índice Bovespa.

NTN-B longas indexadas ao IPCA

Ele diz também que há oportunidade nos papéis corrigidos pela inflação, as NTN-B longas, que voltaram a pagar mais de 6% ao ano além do IPCA para prazos até 2024. “Ainda prefiro as prefixadas, mas a taxa de juros pode voltar a cair e são papéis longos, de 12, 14 anos e qualquer ponto para baixo já faz diferença”, diz.

Volta de Dilma

Para a Bolsa, Levy observa que já houve uma realização boa desde a máxima de abril, quando o índice bateu 54 mil pontos. Hoje, o indicador está de volta aos 49 mil pontos, o que reduz um pouco o risco da aplicação. Ele diz que não trabalha com um cenário de volta de Dilma, pois mudaria totalmente os mercados. “´Se acontecer, é tão ruim que é difícil de avaliar o impacto”, diz. “A probabilidade é muito baixa, mas vamos monitorar com atenção”, diz.

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